Vídeo: salão de beleza é vandalizado após treta em entrega de chapinha
Horas antes homem usou perfil de uma mulher cadastrada na Uber para fazer entrega em salão; ele fez vídeos afirmando ter sido humilhado
atualizado
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São Paulo – A entrega de uma chapinha e de um secador de cabelos provocou a vandalização da fachada do salão de beleza de Andreza Mendes da Cruz, de 36 anos, na noite dessa terça-feira (2/7), no bairro Cidade Tiradentes, na zona leste da capital paulista. O crime foi registrado por uma câmera de monitoramento (assista abaixo).
Horas antes, a empresária solicitou que os itens fossem entregues no salão por meio do aplicativo de entregas da Uber. “Pedi uma moto e apareceu que uma mulher, chamada Bruna, ia fazer a entrega”.
A cabeleireira acrescentou ao Metrópoles, na tarde desta quarta-feira (3/7), que o tempo previsto para a viagem, de acordo com o app, era de nove minutos. A moto da entrega, porém, ficou parada por mais tempo que isso, até que se deslocou ao salão, conforme acompanhado em tempo real pela empresária.
Homem no lugar de mulher
Andreza estranhou que um homem estava com sua entrega, ocupando uma moto de modelo e emplacamento diferentes dos indicados no aplicativo. Assim que chegou no local, como registrou uma câmera de monitoramento, o homem bate boca e saca seu celular.
Ele fez vídeos, afirmando que foi humilhado e agredido por Andreza, e os compartilhou em grupos de entregadores, no WhatsApp.
Os registros da câmera de monitoramento, porém, não mostram a mulher, em nenhum momento, sequer se aproximando dele.
Polícia se nega a fazer BO
A empresária ficou assustada após o bate boca e pelo fato de um homem usar um perfil de uma mulher no app.
Ela então foi até o 44º DP (Guaianases) com o intuito de registrar um boletim de ocorrência.
Vídeo
“Mas o homem que me atendeu disse que isso não era caso de polícia e se negou a registrar o boletim”.
Andreza então acionou a Uber que, de acordo com ela, só se prontificou em devolver o dinheiro cobrado pela entrega.
Vandalismo
Já de noite, cinco homens em motos, e um de bicicleta, foram até o salão, que estava fechado. Câmeras de monitoramento flagraram ao menos dois deles vandalizando a fachada do local. Um deles chega a subir no portão do estabelecimento.
Pouco mais de um minutos depois, todos se retiram do local, que ficou destruído. A vítima não conseguiu abrir o salão nem atender clientes nesta quarta.
O homem que usou o perfil da entregadora da Uber ainda não foi identificado. A empresária teme por sua integridade e segurança.
SSP e Uber
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo e a Uber foram questionadas sobre a situação.
Em nota, a Uber lamentou o caso e disse considerar inaceitável qualquer tipo de violência. “Esperamos que motoristas parceiros e usuários não se envolvam em brigas e discussões e que contatem imediatamente as autoridades policiais sempre que se sentirem ameaçados. A conta da entregadora foi suspensa enquanto aguardamos pela apuração do caso e a Uber se coloca à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações, nos termos da lei”.
Já a SSP afirmou que a Polícia Civil informa que todos os agentes que atuam nas delegacias são orientados a atender todas as partes com atenção e cordialidade, adotando imediatamente as medidas necessárias conforme a legislação vigente.
Segundo a pasta, o 44º Distrito Policial (Guaianazes) reorientará os colaboradores e está disponível para receber pessoalmente a vítima nesta quinta-feira (4/7), caso haja interesse. A conduta relatada não condiz com as práticas da Polícia Civil, que instrui e capacita seus agentes para registrar todas as ocorrências apresentadas nas delegacias.