Vídeo: PM manda carro parar, dá coronhada em motorista e depois foge
Imagem de segurança captou momento em que PM atacou motorista desarmado em Cidade Tiradentes, extremo leste de SP; vítima prestou queixa
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Um instalador de telefonia de 35 anos havia saído de casa, em Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, para ir a um bar encontrar amigos. No caminho, segundo conta, recebeu ordem de parada de uma equipe da Polícia Militar. Ele obedeceu. Mas o PM que o abordou só desceu do carro, lhe deu uma coronhada na cara e depois saiu correndo. O que o PM não sabia é que imagens de segurança captaram toda a ação.
O caso ocorreu por volta das 2h30 do último dia 8, na virada de domingo para segunda-feira. As imagens mostram o momento em que o instalador, que dirigia um Volkswagen branco, parou seu carro, na Rua Olímpia Montani, em Cidade Tiradentes.
O vídeo também registra toda a ação dos homens da viatura 28-312 da PM, pertencente ao 28º Batalhão da PM paulista, que atende a zona leste da cidade.
Segundo o advogado da vítima, Willy Fontenelle Marinato, o rapaz estava sozinho no carro quando viu as luzes da viatura policial e recebeu a ordem de parada. Ao descer, o PM teria mandado o rapaz colocar as mãos na cabeça. A coronhada se deu enquanto ele obedecia – o que impediu qualquer chance de levar as mãos ao rosto para evitar o ataque, segundo conta.
Ainda segundo o advogado, depois de ficar desorientado, sem entender o que ocorreu, o instalador procurou o hospital, pois sangrava muito. O ferimento foi pouco abaixo do olho esquerdo e ele precisou de pontos.
Depois do atendimento médico, o instalador de telefonia procurou a Polícia Civil e registrou uma queixa, segundo o advogado. O boletim de ocorrência está no 49º Distrito Policial (São Mateus).
A Polícia Militar afirma que apura todas as circunstâncias relativas aos fatos citados por meio de Inquérito Policial Militar (IPM).
De acordo com a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado na última quinta-feira (11/1), como lesão corporal no 49° DP (São Mateus). Por se tratar de um crime de ação penal pública condicionada, o homem foi orientado quanto ao prazo de seis meses para representação criminal e prosseguimento das investigações, o que ainda não foi feito.
Já o advogado Marinato enviou uma nota em que afirma que seu cliente “foi vítima de uma agressão injusta por parte de um policial militar do estado de São Paulo. Enquanto seguia as ordens durante uma abordagem de rotina, ele foi brutalmente atacado sem qualquer motivo”.
Segundo o advogado, “o incidente o deixou desorientado e impactado pela violência injustificada”.
“Neste momento, estamos tomando todas as providências legais necessárias para garantir que este ato não fique impune”, afirma a nota de Marinato.