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Vídeo: PM explica ao telefone por que liberou condutor de Porsche

Câmera corporal de PM registrou conversa dela com outro policial em que explica motivos para liberar empresário Fernando Sastre Filho

atualizado

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Imagem colorida de perspectiva de câmera corporal de duas mãos segurando celular que fotografa porsche acidentado - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de perspectiva de câmera corporal de duas mãos segurando celular que fotografa porsche acidentado - Metrópoles - Foto: Reprodução/PMSP

São Paulo — A câmera corporal da policial militar Dayse Aparecida Cardoso Romão (assista abaixo) registrou o momento em que ela explica, ao telefone, os motivos para liberar, sem escolta, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, logo após ele provocar um acidente com morte no dia 31 de março em São Paulo.

Fernando Filho dirigia um Porsche a mais de 156 km/h quando provocou o acidente, que aconteceu na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste paulistana. O empresário se entregou à polícia no fim da tarde desta segunda-feira (6/5), após ficar foragido por três dias.

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Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade
O empresário Fernando Sastre Filho, 24 anos, durante entrevista ao Fantástico, da TV Globo
Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade
Empresário Fernando Sastre de Andrade Filho sai do 30º DP pela porta da frente
Acompanhado da mãe, Fernando Sastre de Andrade Filho se apresentou à delegacia em 1º de abril de 2024
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Motorista do Porsche esteve na unidade policial para prestar depoimento

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Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade

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O empresário Fernando Sastre Filho, 24 anos, durante entrevista ao Fantástico, da TV Globo

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Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade

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Empresário Fernando Sastre de Andrade Filho sai do 30º DP pela porta da frente

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Acompanhado da mãe, Fernando Sastre de Andrade Filho se apresentou à delegacia em 1º de abril de 2024

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Fernando Sastre de Andrade Filho estava desaparecido

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Dianteira de carro de luxo ficou completamente destruída

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Asfalto ficou com marcas de pneus após acidente, ocorrido em alta velocidade

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Carro da vítima teve a traseira destruída

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Motorista do Renault Sandero morreu durante atendimento hospitalar

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Logo após atender à ocorrência, a PM foi com seu parceiro até o Hospital do Tatuapé, onde constataram a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos — ele teve seu Renault Sandero atingido pelo Porsche do empresário.

No momento em que entra na unidade de saúde, a PM deixa a câmera corporal no painel da viatura por cerca de 10 minutos. Ao retornar, ela fala ao telefone e o equipamento registra trechos da conversa. Durante o diálogo, a policial explica a um colega os motivos que a levaram a liberar o empresário do local do acidente.

Dayse afirma que a mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, de 45 anos, prontificou-se a levar o filho ao hospital, como foi registrado pela câmera corporal da policial no local do acidente. Daniela, porém, não fez o combinado. O empresário não compareceu a nenhuma unidade de saúde e só se apresentou à Polícia Civil mais de 36 horas após o crime.

“Lógico, não vou falar: ‘Não, não vai socorrer’, mas ele é o condutor. Teve testemunha que disse que, aparentemente, ele foi o responsável pelo acidente e ele saiu do local. Então, assim: ele saiu para ser socorrido. Então, a gente vai lá em outro pronto-socorro para ver se realmente ele está lá, se foi atendido, como é que está”, diz trecho da conversa de Dayse.

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Ela ainda comenta, conforme registrado pela câmera corporal, que havia conversado com Fernando e ele “estava bem, reclamando de dor, mas estava bem”.

Corrupção passiva

Como revelado pelo Metrópoles, na mesma denúncia em que pediu a prisão preventiva do empresário, a promotora Monique Ratton, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), defendeu que a policial militar que liberou o motorista do Porsche da cena do acidente fosse investigada por suspeita de corrupção passiva.

A promotora aponta “possível responsabilidade criminal” da PM Dayse e pede o compartilhamento de provas, como cópias das gravações das câmeras corporais, das declarações dos policiais e do boletim de ocorrência, com a Promotoria de Justiça Militar, pelo fato de a policial “ter cedido ao pedido” da mãe de Fernando e “liberado o responsável em estado de flagrância para ir ao hospital sem escolta ou vigilância”.

Segundo Monique Ratton, a PM deixou de praticar “ato de ofício” ao liberar o motorista, “com infração de dever funcional, gerando prejuízo efetivo ao flagrante e a outras provas destes autos”.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou que a PM instaurou um procedimento para responsabilizar os agentes que atenderam à ocorrência.

Prisão de empresário

O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho se apresentou à 5ª Delegacia Seccional na segunda-feira. O mandado de prisão preventiva foi expedido na sexta-feira (3/5) pelo desembargador João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O magistrado acolheu um recurso apresentado no dia anterior pelo MPSP.

A defesa do empresário já entrou com um habeas corpus, nesta segunda-feira, no Superior Tribunal de Justiça. A ministra Daniela Teixeira, porém, decidiu levar o julgamento do HC para a Quinta Turma do STJ, que deve analisar o caso na tarde desta terça-feira (7/5).

Anteriormente, juízes de primeira instância haviam recusado três pedidos de prisão contra Fernando Filho – dois deles pleiteiam a preventiva, e outro, temporária (por 30 dias). Ao mandar o empresário para a cadeia, o desembargador também revogou outras medidas cautelares que haviam sido impostas, como proibição de se aproximar de testemunhas, mas manteve a fiança de R$ 500 mil.

Homicídio

Fernando Filho é réu por homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. Além do motorista de aplicativo que morreu, também ficou gravemente ferido o estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, 22 anos, que estava de carona no Porsche.

Marcus fraturou quatro costelas, precisou ser hospitalizado e perdeu o baço. Ele voltou a ser internado no último dia 28 de abril e teve alta nesta segunda-feira (6/5).

Investigação

Laudo do Instituto de Criminalística apontou que a velocidade média do Porsche era de 156 km/h. Quando se apresentou à polícia, contudo, o empresário disse que estava “um pouco acima da velocidade máxima permitida”, que é de 50 km/h na via.

À polícia o amigo que estava no Porsche disse que Fernando Filho havia ingerido bebida alcoólica antes, contrariando o depoimento do empresário.

Antes do acidente, os amigos e as suas respectivas namoradas foram a um restaurante, onde o grupo consumiu nove drinques, e a uma casa de pôquer que funciona no esquema open bar.

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