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Vídeo mostra guardas escoltando cliente de loja na Cracolândia

Concentração de dependentes químicos em rua impedia que cadeirante conseguisse ser atendido por comerciante em bicicletaria

atualizado

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Reprodução/Câmera de Monitoramento
GCM escolta cliente loja cracolandia SP
1 de 1 GCM escolta cliente loja cracolandia SP - Foto: Reprodução/Câmera de Monitoramento

São Paulo – Guardas-civis metropolitanos escoltaram um cliente de loja, para que ele entregasse peças de uma cadeira de rodas a um comerciante, no fim da manhã de quinta-feira (5/1), no centro de São Paulo.

Imagens de uma câmera de monitoramento mostram uma viatura da GCM chegando à Rua Vitória, às 11h16, pela contramão. Ela é seguida por um carro de luxo, de cor escura. A via é um dos pontos para onde o fluxo da Cracolândia migrou, após ser dispersado pela polícia da Praça Princesa Isabel, em maio do ano passado.

Em pouco menos de um minuto, de acordo com o registro, um guarda chega à janela do passageiro, do carro escuro, e conversa com o condutor.

Um comerciante passa, cumprimenta o guarda, também conversa com o motorista e pega, no porta-malas, duas peças de cadeira de rodas.

Ele conversa novamente com o condutor do veículo, enquanto segura duas rodas, deixando-as logo depois sobrepostas em um canto da calçada. Em seguida, ele abre a porta lateral traseira do carro escuro, de onde retira a base do equipamento de mobilidade.

Após pegar os itens, o comerciante se retira do local, da mesma forma que o guarda e o veículo preto.

O Metrópoles apurou que o cliente solicitou auxilio à guarda, para conseguir ser atendido em uma loja de bicicletas. Para isso, ele precisou entrar na via pela contramão, pois o acesso à rua, pelo caminho correto, estava bloqueado por usuários de drogas.

A Rua Vitória, como já foi mostrado pela reportagem, é um dos pontos usados para a realização de feiras clandestinas, nas quais são vendidas drogas e objetos sem origem comprovada.

Moradores e frequentadores da região testemunham o aumento da sensação de insegurança, desde que os dependentes químicos começaram a transitar pelo centro. Ações que deveriam ser simples, como ser atendido em uma loja, acabam sendo comprometidas por causa disso. Antes da fragmentação, em pequenas cracolândias – principalmente nas regiões da Santa Efigênia e Campos Elíseos, bairros do centro paulistano – o antigo fluxo chegou a concentrar mais de dois mil dependentes químicos no mesmo quadrilátero.

A GCM confirmou ao Metrópoles, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, que uma equipe da Inspetoria de Operações Especiais da guarda foi acionada pelo cadeirante, para que ele conseguisse acessar a rua onde fica a bicicletaria “para a manutenção de sua cadeira de rodas”. “Diante da situação, os agentes da GCM prontamente auxiliaram o homem”, diz trecho de nota.

Os dependentes químicos, para usar drogas, acabam realizando crimes na região, vendendo objetos ou trocando-os por maconha, cocaína ou crack em feiras de drogas clandestinas, segundo levantamento feito pela Polícia Civil.

Roubos aumentaram em 63% na região, comparando os 3.706 casos registrados entre janeiro e novembro, de 2021, com os 6.578 do mesmo período de 2022. Os dados referentes ao ano passado, os mais recentes disponibilizados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, já superam em 23% os 4.587 de 2019, período pré-pandemia da Covid-19.

 

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