Vídeo: Marçal vende apoio a candidatos por Pix de R$ 5 mil
Influenciador Pablo Marçal (PRTB) promete gravar vídeos apoiando candidatos a vereador em troca de “doações” para sua campanha
atualizado
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São Paulo — O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, publicou um vídeo em seu perfil no Instagram em que oferece apoio a candidatos a vereador que fizerem uma doação via Pix de R$ 5 mil para sua campanha. Para isso, segundo Marçal, seria preciso preencher um formulário e fazer um cadastro. Assim que a “doação” fosse realizada, o “doador” receberia um vídeo para “impulsionar” sua campanha.
“Eu quero te fazer uma pergunta. Você conhece alguém que quer ser vereador e é candidato — que não seja de esquerda, de esquerda não precisa avisar — ? Se essa pessoa é do bem e quer um vídeo meu para ajudar a impulsionar a campanha dela. […] Essa pessoa vai fazer o quê? Ela vai mandar um Pix para a minha campanha, um Pix de R$ 5 mil. Fez a doação, eu mando o vídeo. Você vai clicar no formulário, cadastra, minha equipe vai entrar em contato.”
No formulário, há uma aba para que os candidatos enviem os comprovantes de transferência e também um pedido de autorização para uso de dados pessoais, como número de telefone e e-mail, para “envio de ofertas de produtos e serviços” e “comunicações de caráter político”.
O vídeo divulgando a nova estratégia para arrecadar recursos, publicado nos Stories de Marçal neste sábado (28/9) e retirado do ar horas depois, é alvo de uma ação movida pelo PSB, que aponta abuso de poder econômico.
“Pablo Marçal transformou as eleições de São Paulo num grande balcão de negócios, em puro business!”, diz a ação movida pelo PSB. “Pablo Marçal vende o seu prestígio em troca de dinheiro. E só pode fazer isso por ter sido escolhido em convenção por estar na estrutura de um partido.”
“Fraude abjeta”
O partido classifica a estratégia adotada pelo influenciador como “fraude abjeta” e diz que ela representa uso indevido de meio de comunicação social.
“O candidato emprestará apoio público em redes sociais apenas em troca de dinheiro. Isso significa que usará o prestígio que tem frente a eleitores de determinados perfis para realizar claro ato de uso indevido de meios de comunicação social porque, fraudando verdadeiramente a lei eleitoral, indicará o nome de alguém em troca de dinheiro. Não se pode mercantilizar o pleito dessa forma, sendo essa uma fraude abjeta contra o eleitor e que, por ser veiculada em redes sociais, importará também em uso indevido de meios de comunicação social”, afirma o PSB.
Questionada pelo Metrópoles, a campanha de Pablo Marçal não se manifestou sobre a estratégia de arrecadação de recursos até o momento da publicação da reportagem.
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