Vídeo: líder religioso denuncia discriminação em Mesquita de SP
Imagens mostram homem sendo expulso da Associação Religiosa beneficente Islâmica do Brás, no centro da capital paulista
atualizado
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São Paulo – Um vídeo compartilhado pelo xeque Rodrigo Jalloul mostra homens se agredindo, dentro da Mesquita do Brás, na região central da capital paulista. Ao menos um dos envolvidos é expulso do local.
O registro foi disponibilizado, por volta das 22h desse sábado (10/12), no perfil de uma rede social do líder religioso, afirmando que a causa da confusão seria a suposta proibição para o ingresso no local de brasileiros, incluindo xeques, motivada por “discriminação.”
“Lamentável a ‘Mesquita Xiita do Brás’. Nada a ver com o Islã. Parabéns a diretoria que conduz os muçulmanos a chegarem a esse ponto na casa de Deus”, comentou Jalloul sobre o vídeo.
As imagens mostram um homem cercado por outros que, em dado momento, dá um soco e tenta agarrar os cabelos de uma pessoa próxima. Ele é retirado do local em seguida.
O xeque escreveu, uma hora após compartilhar o vídeo, que “jamais criticaria” a Mesquita, por ela ser “a casa de Deus”. O alvo do líder religioso é, ainda segundo suas palavras, a diretoria da Associação Religiosa Beneficente Islâmica do Brás.
“Está chegando a um ponto insuportável. Já fui proibido de entrar [na Mesquita] sendo muçulmano assim como brasileiro e até xeques de outros lugares [foram proibidos de entrar]”, afirmou.
Ele finaliza as críticas alertando que a diretoria da Mesquita “está no caminho errado”. “Discriminação, arrogância e prepotismo [sic]. Só afasta os muçulmanos”, frisou.
A Mesquita do Brás foi procurada pelo Metrópoles, na tarde deste domingo (11/12), mas não havia se manifestado sobre as afirmações do xeque Jalloul até a publicação desta reportagem. O espaço segue à disposição para eventuais manifestações.
Alguns frequentadores da Mesquita responderam à postagem do xeque, nas quais lamentam o ocorrido, acrescentando que houve um “mal-entendido que levou ao problema”.
As postagens – idênticas e nas quais são compartilhados oito considerações sobre o caso – ainda criticam o fato de o líder religioso ter compartilhado suas críticas em redes sociais. “Se você está realmente interessado na reputação da religião, você deve remover o vídeo, porque é absolutamente inútil”, diz um dos oito apontamentos (leia todos abaixo).
Outras pessoas apoiam o xeque, reforçando os supostos casos de discriminação.
Primeiro religioso brasileiro
O xeque Rodrigo Jalloul, de 36 anos, nasceu na capital paulista, crescendo na zona leste. Ele se converteu ao Islã com 18 anos de idade, tornando-se xiita (quem segue a linhagem da família de Maomé).
Jalloul é o primeiro brasileiro nato a se tornar um religioso xiita.
Ainda no Islã existem os sunitas, que seguem os companheiros do profeta, sem laços familiares com Maomé.