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Vídeo: jovem torturado no interior foi julgado em “tribunal do crime”

Dupla que agrediu e registrou tortura contra suspeito de roubo foi presa na quinta pela Polícia Civil; um 3º envolvido também foi detido

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Reprodução/Polícia Civil
Em foto colorida homem segura revólver com uma mão e se prepara para bater com madeira em jovem, com a outra mão - Metrópoles
1 de 1 Em foto colorida homem segura revólver com uma mão e se prepara para bater com madeira em jovem, com a outra mão - Metrópoles - Foto: Reprodução/Polícia Civil

São Paulo – Três criminosos foram presos pela Polícia Civil, nessa quinta-feira (16/11), após manterem um suspeito de roubo em cárcere privado por cerca de uma semana.

Segundo a investigação, que teve apoio da Polícia Militar (PM), durante esse período a vítima foi torturada fisicamente, em Indiaporã, cidade com cerca de 4 mil habitantes, distante 597 km da capital paulista.

Inaldo Silva Viegas, conhecido como “Chebel”, e Paulo Vinhatico de Carvalho são apontados pela polícia como traficantes e teriam registrado em vídeo parte das agressões sofridos por um jovem de 20 anos (assista abaixo) durante um “tribunal do crime“.

 

O rapaz, segundo afirmado por Inaldo no vídeo, teria realizado um roubo e, por isso, é agredido nas mãos, com um pedaço de madeira com pregos na ponta. O criminoso que o espanca é Inaldo, que também empunha um revólver durante as agressões. O “réu” do crime ainda é obrigado, durante a sessão de tortura, a abaixar a bermuda, deixando à mostra suas partes íntimas. O registro em vídeo foi feito por Paulo.

Além das agressões, a vítima também foi ferida com queimaduras nas pernas, durante o período em que foi confinada.

“Recebemos a informação sobre um crime de cárcere privado e de tortura, mostrados em um vídeo que vazou na internet. Começamos a investigar e identificamos duas pessoas, responsáveis pelo crime”, afirmou Everson Contelli, delegado seccional de Fernandópolis, que cuida da região onde o “tribunal do crime” ocorreu.

Com base nas provas coletadas pela polícia, a Justiça expediu mandados de prisão e de busca e apreensão, que foram cumpridos nessa quinta-feira.

Inaldo e Paulo foram presos preventivamente, ou seja, por tempo indeterminado. No cativeiro, um terceiro criminoso, que não teve a identidade informada, foi preso em flagrante por ajudar a manter a vítima em cárcere privado. A defesa do trio não foi localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

No cativeiro ainda foi apreendido o pedaço de madeira, usado para agredir o rapaz, além de dois celulares e R$ 146 em dinheiro.

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Paulo Vinhatico de Carvalho foi preso por gravar sessão de tortura
Inaldo Silva Viegas aparece em vídeo agredindo jovem com pedaço de madeira
Além do pedaço de madeira, Inaldo também segurava um revólver durante a sessão de violência
Criminoso obrigou vítima a baixar bermuda para humilhá-la durante agressões
Inaldo bateu em vítima com pedaço de madeira, na ponta do qual havia pregos
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Inaldo Silva Viegas é quem aparece em vídeo agredindo jovem

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Paulo Vinhatico de Carvalho foi preso por gravar sessão de tortura

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Inaldo Silva Viegas aparece em vídeo agredindo jovem com pedaço de madeira

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Além do pedaço de madeira, Inaldo também segurava um revólver durante a sessão de violência

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Criminoso obrigou vítima a baixar bermuda para humilhá-la durante agressões

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Inaldo bateu em vítima com pedaço de madeira, na ponta do qual havia pregos

Reprodução/Polícia Civil

Os “tribunais do crime”

O que é chamado de “tribunal do crime” foi instituído no início dos anos 2000 por Marcos Herbas William Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC, quando ele criou o setor de “disciplinas” dentro da facção.

Os indivíduos nessa posição são responsáveis por garantir o cumprimento das regras da organização, podendo aplicar punições caso elas sejam descumpridas. Para isso, porém, é necessário um julgamento cuja sentença é dada por criminosos do alto escalão da facção.

Investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Promotoria paulista, mostram que Marcola descentralizou as ações financeiras do PCC, dividindo-as em células, ligadas a outras maiores, que chegam a um núcleo central.

A figura do disciplina nasceu para servir como uma espécie de “corregedor” das ações financeiras do PCC. Com o tempo, ele passou a julgar qualquer demanda apresentada, em um sistema de justiça marginal, pautado nos preceitos do PCC. Foi assim que nasceram os tribunais do crime.

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