Vídeo mostra GCM que matou secretário se entregando à polícia. Assista
Imagens de câmeras corporais de PMs mostram negociação antes da rendição do GCM Henrique Marival de Sousa
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — Imagens das câmeras corporais acopladas às fardas de policiais militares mostram o momento em que o guarda-civil municipal Henrique Marival de Sousa se entrega após matar a tiros o secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano de Osasco, Adilson Custódio Moreira na tarde dessa segunda-feira (6/1).
Nos vídeos, é possível ver policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) negociando com o atirador por meio de uma videochamada.
“Mão para cima agora. Lá naquela porta que você bateu você vai sair. Abre ela e você vai encontrar na sua frente”, diz o policial durante a negociação.
Enquanto isso, um grupo de PMs aguarda com escudos balísticos na frente da porta da sala em que o GCM estava com o corpo do secretário. “Pode abrir, Marival. A polícia está aqui”, diz um dos PMs.
Assista:
Quem é o atirador
Henrique Marival de Sousa é guarda-civil de 1ª classe do município e integra o órgão desde 2015.
Segundo apuração do Metrópoles, Marival é tido como uma pessoa tranquila. Ele é casado e tem uma filha. De acordo com relatos de testemunhas, a esposa do guarda foi ao local do crime para convencê-lo a se entregar à polícia.
O GCM estava “inconformado” com alterações na composição das equipes de segurança pessoal do prefeito e da primeira-dama, em virtude da nova gestão na prefeitura a partir deste ano.
De acordo com o depoimento de uma testemunha, obtido pelo Metrópoles, cerca de 17 membros da Guarda Civil foram convocados pelo secretário-adjunto Adilson Moreira para uma reunião na sede da Prefeitura de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, às 15h dessa segunda. No encontro, foram anunciadas mudanças na composição das equipes – ou seja, quem continuaria na segurança pessoal das autoridades da prefeitura e quem voltaria aos quadros da Guarda Civil Municipal.
Henrique Marival de Sousa integrava a equipe de segurança da então primeira-dama, Aline Lins (foto na galeria), esposa do ex-prefeito Rogério Lins (Podemos). Por isso, quando recebeu a informação de que voltaria aos postos da Guarda Civil Municipal, Henrique disse à testemunha que não achava justa a alteração. No entanto, de acordo com o testemunho, embora “irresignado”, Henrique “não aparentava estar exaltado para além do normal”.
Quem é o secretário baleado
Adilson Custódio Moreira nasceu em 12 de janeiro de 1971 na cidade de Jequitinhonha, em Minas Gerais.
Aos 6 anos, mudou-se para Cabreúva, no interior de São Paulo, onde estudou e iniciou a vida profissional, trabalhando em lavouras e indústrias.
Ele chegou a Osasco em 1988 e montou uma empresa de motoboys, com a qual ficou até 1992, mesma época em que prestou concurso público na Prefeitura de Osasco para o cargo de guarda municipal. Tornou-se classe distinta por meio de um concurso interno.
Na Guarda Civil, iniciou os trabalhos como motorista de viaturas; efetuou patrulhamento em motos; trabalhou com ronda oficial; auxiliou e atuou em 2001 na implantação do canil da corporação; e coordenou o setor de transportes e trabalhos de reestruturação predial do órgão. Também atuou para a instalação da academia que se encontra na sede da instituição. Recentemente, em conjunto com a equipe interna, ajudou a delinear o projeto de reestruturação do Plano de Cargos e Carreiras da GCM.
Adilson Custódio Moreira se tornou secretário de Segurança e Controle Urbano de Osasco em junho de 2018. Saiu do cargo em 2019, quando o atual titular da pasta, José Virgolino de Oliveira, assumiu a função. A partir de então, Adilson passou a ser secretário-adjunto.
Conforme apurado pelo Metrópoles, no momento do ocorrido, o prefeito, Gerson Pessoa (Podemos), não estava na sede da administração municipal.