Vídeo: fala gordofóbica sobre cavalgada causa tumulto entre vereadores
Vereador de Votorantim, no interior de SP, disse que “pessoas com 100 kg” não podem andar a cavalo, durante discussão sobre cavalgada
atualizado
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São Paulo – Uma sessão da Câmara Municipal de Votorantim, no interior de São Paulo, teve de ser encerrada após uma confusão entre vereadores por causa de uma declaração gordofóbica feita durante uma discussão relacionada a um projeto de cavalgada.
Em sessão realizada na última terça-feira (4/4), os parlamentares discutiam o veto da Prefeitura a um projeto de lei que inclui um evento de cavalgada no calendário oficial do município.
Em dado momento, o vereador Cesar Silva (Cidadania) fez uso da palavra na tribuna e disse: “Nada de alguém com 100 quilos subindo em um animal para judiar. Tinha que ser ao contrário, tinha que carregar o animal”.
Veja o trecho da sessão no vídeo abaixo:
A declaração causou revolta nos vereadores Pastor Lilo (União) e Ita (Cidadania), que se levantaram e foram tirar satisfação com o colega na tribuna. O clima ficou tenso e seguranças da Câmara tiveram de intervir.
Com o tumulto, o presidente da sessão, vereador Thiago Schiming (PSDB), encerrou a sessão com base em um dispositivo do regimento interno.
No mesmo dia, Pastor Lilo e Ita registraram um boletim de ocorrência (BO) por injúria contra Cesar Silva. O documento também foi assinado por outras seis pessoas que estavam no auditório e se sentiram ofendidas com a fala.
O vereador Cesar Silva justificou, em nota, que quis dizer que “não podemos ser coniventes com práticas de abandono e maus tratos” e que “um animal não pode carregar uma carga de 100 quilos ou mais, pois isso compromete sua estrutura”.
O parlamentar disse ainda que os colegas de Legislativo quiseram se “vitimizar” e que se não fossem contidos pelos seguranças ele “possivelmente seria agredido”. Silva afirmou que também registrou um BO e que protocolou um pedido na Comissão de Ética por quebra de decoro parlamentar.
Em nota, a Câmara Municipal de Votorantim informou que as matérias que deixaram de ser votadas, incluindo o texto que causou a confusão, vão voltar à pauta na próxima sessão, no dia 11 de abril.