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Vídeo. Delator do PCC revela medo de morrer: “Falando com morto-vivo”

Em delação premiada, Vinicius Gritzbach, assassinado a tiros, pediu “amparo” ao Ministério Público de SP após revelar ter documentos do PCC

atualizado

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Imagem colorida mostra Vinicíus Gritzbach, delator do PCC
1 de 1 Imagem colorida mostra Vinicíus Gritzbach, delator do PCC - Foto: Reprodução

São Paulo — Assassinado a tiros logo após desembarcar de um voo no Aeroporto de Guarulhos, o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach pediu ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), em acordo de delação, por mais proteção. “Preciso de um amparo, senão vocês estão falando com um morto-vivo”, disse ele, em vídeo.

Gritzbach fechou um acordo de delação premiada para ajudar na investigação de um núcleo do Primeiro Comando da Capital (PCC) envolvido com lavagem de dinheiro. Em um trecho do depoimento, obtido pelo Metrópoles, o empresário disse ter documentos que comprovam movimentações financeiras da facção (assista abaixo).

“Tenho planilhas de pagamentos, contrato, matrícula, contas de onde vinham seguindo o dinheiro. Então, dá para a gente fazer o caminho inverso. Tenho conversas de WhatsApp com os proprietários. Eu apresento [os documentos], mas a única coisa que eu preciso, cada vez mais, é de mais segurança. Eu preciso de um amparo de vocês também, senão vocês estão falando com um morto-vivo hoje aqui”, afirmou Vinicius Gritzbach.

Veja vídeo:

Tentativa de assassinato no Natal

Vinicius era jurado de morte pelo PCC por estar supostamente envolvido no assassinato de dois membros da maior facção do Brasil, entre eles um chefão. Ele havia sido alvo de uma tentativa de homicídio, a tiros, na noite de Natal do ano passado.

Uma imagem obtida pelo Metrópoles mostra um sniper carregando uma maleta, na qual estaria a arma usada para tentar matar Gritzbach, a caminho de um elevador. O registro é analisado para tentar identificar o criminoso. O vídeo foi anexado em inquérito policial, instaurado no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

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Empresário, preso sob suspeita de mandar matar membros do PCC, foi solto por determinação do STJ
Segundo o MPSP, Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCC
O delator do PCC foi preso em 2 de fevereiro deste ano em um resort de luxo na Bahia
Gritzbach chegou a ser preso, mas foi solto em 7 de junho
Suposto sniper caminha com maleta
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Imagem foi anexada em relatório policial

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Empresário, preso sob suspeita de mandar matar membros do PCC, foi solto por determinação do STJ

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Segundo o MPSP, Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCC

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O delator do PCC foi preso em 2 de fevereiro deste ano em um resort de luxo na Bahia

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Gritzbach chegou a ser preso, mas foi solto em 7 de junho

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Suposto sniper caminha com maleta

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O próprio empresário registrou com o celular (assista abaixo, o momento em que o tiro atingiu a varanda do apartamento dele, no bairro Jardim Anália Franco, área nobre da zona leste paulistana, na noite de 25 de dezembro de 2023.

Jurado de morte

Segundo o MPSP, Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCC, Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, motorista de Anselmo. Na denúncia, o MPSP diz que o empresário mantinha negócios na área de bitcoins e criptomoedas com os narcotraficantes.

O duplo homicídio ocorreu em 27 de dezembro de 2021 e teria sido cometido em parceria com o agente penitenciário David Moreira da Silva. Noé Alves Schaum, denunciado por ser o executor dos membros do PCC, foi assassinado em 16 de janeiro do ano seguinte.

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach ficou preso até 7 de junho do ano passado, quando ganhou liberdade condicional e passou a usar tornozeleira eletrônica.

Após sua soltura, ele negociou e fechou um acordo de delação premiada com o MPSP. Isso, segundo o advogado Ivelton Salotto, “potencializou a morte” do empresário.

Na ocasião do acordo, Gritzbach teria pedido proteção, mas a solicitação foi ignorada pela Promotoria, ainda de acordo com o advogado. O MPSP nega e ressalta, em nota, que o empresário rejeitou a oferta de inclusão no programa de proteção à testemunha.

Execução no aeroporto

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach voltava de uma viagem junto com a namorada quando foi executado na tarde dessa sexta-feira, na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Conforme apurado pelo Metrópoles, ele foi morto com um tiro de fuzil no rosto. Câmeras de segurança registraram o momento em que os atiradores descem de um carro preto e executam o empresário.

Ainda de acordo com as informações apuradas pela reportagem, Gritzbach teria sido morto na frente do filho. Outras três pessoas, sem nenhum vínculo com o empresário, ficaram feridas, segundo documento da Polícia Civil obtido pela reportagem.

Entre elas está o motorista Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos. Ele morreu um dia após ser encaminhado para a Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Geral de Guarulhos. As outras duas vítimas, de 28 e 39 anos, passam bem.

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