Vídeo: criança com arma de brinquedo é colocada em viatura da PM
Funcionários de serviço de acolhimento na zona norte disseram que chamaram a polícia após menino fazer ameaças na porta do local
atualizado
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São Paulo — Um menino usou uma arma de brinquedo para tentar entrar no abrigo em que vive, na zona norte paulistana, na terça-feira (9/4). Ele só foi retirado do local, um serviço de acolhimento para crianças conveniado à Prefeitura de São Paulo, após a intervenção da Polícia Militar.
Imagens feitas pelo celular de uma funcionária, às quais o Metrópoles teve acesso, mostram o garoto do lado de fora do abrigo empunhando a pistola de brinquedo (foto em destaque). Nervoso, ele insiste para entrar no local.
Na gravação, também é possível ouvi-lo pedindo suas roupas. Sem saber que a arma é um simulacro, a funcionária conversa com a criança e pede calma.
Ao perceber que está sendo filmado pela profissional do abrigo, ele fica nervoso, grita e pede que a gravação seja interrompida. A mulher avisa que o celular é dela, continua gravando e pedindo que ele se acalme.
Além de empunhar a pistola, o menino atira algumas pedras na garagem do abrigo. Outra funcionária chega a perguntar se o garoto quer tomar sua medicação, sem especificar qual.
Como os funcionários não sabiam se a arma era verdadeira ou não, a PM foi acionada. Ao chegarem ao local, os policiais abordaram o menino e perceberam que se tratava de um simulacro de pistola.
Imagem obtida pelo Metrópoles mostra que a criança foi colocada na viatura da PM, onde foi mantida no banco traseiro, com as mãos para trás (veja galeria acima). Pelas imagens, não é possível saber se o menino foi algemado.
A PM foi questionada sobre a conduta, mas ainda não se manifestou. O espaço está aberto.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou que um representante do abrigo confirmou à polícia o fato de a criança morar no local da ocorrência. O funcionário acrescentou, ainda de acordo com a pasta, que o menino “estava agressivo e ameaçando as pessoas”.
A ocorrência foi registrada como “não criminal” pela Polícia Civil e o menino foi encaminhado de volta ao serviço de acolhimento.
Vídeo
Prefeitura
Em nota, enviada no fim da tarde desta sexta-feira (12/4), a pasta afirmou acompanhar “o caso citado pela reportagem” e toma “todas as medidas” para que os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) “sejam garantidos e respeitados”.
A secretaria acrescentou que o acolhimento de crianças e adolescentes, “em equipamentos da pasta”, ocorre mediante determinação da Justiça, ou ainda por requisição do Conselho Tutelar.
O Metrópoles questionou a secretaria da Prefeitura de São Paulo sobre como cuida do caso, os motivos para a criança estar na rua, como ela conseguiu a arma de brinquedo, por que o menino mora no abrigo, assim como o tipo de apoio prestado à criança após o incidente. Nenhuma das perguntas foi respondida. O espaço segue aberto.
Abrigos para crianças
Para preservar a criança, o Metrópoles optou por não divulgar sua idade e nem o nome do abrigo. O local atende crianças e jovens, com idades entre zero e 17 anos.
Esse tipo de unidade oferece moradia provisória até que o acolhido possa retornar ao convívio familiar, uma família substituta, ou ainda até conseguir se sustentar por conta própria.
O Metrópoles apurou que a unidade onde houve o caso recebe R$ 74,6 mil mensais da Prefeitura, para realizar o atendimento de até 20 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.