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Vídeo: Cracolândia assusta moradores da Rua dos Protestantes em SP

Fluxo de usuários da Cracolândia foi levado para a Rua dos Protestantes no último fim de semana e, desde então, assusta moradores

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Imagem colorida, noturna, mostra concentração de pessoas vistas do alto em esquina na Cracolândia, centro de São Paulo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida, noturna, mostra concentração de pessoas vistas do alto em esquina na Cracolândia, centro de São Paulo - Metrópoles - Foto: Arquivo pessoal

São Paulo — A mudança do fluxo de usuários da Cracolândia para a Rua dos Protestantes, na região central de São Paulo, ocorrida no fim de semana, alterou a vida de quem vive no local. Barulho, mau cheiro e sensação de insegurança são relatados por comerciantes e moradores que não têm perspectiva de quando a aglomeração de dependentes químicos deixará o local.

A saída do fluxo das proximidades do cruzamento da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões foi comemorada por comerciantes da Santa Ifigênia, que se uniram e fizeram uma grande manifestação na última quinta-feira (10) cobrando uma resposta do poder público.

Como era esperado, a transferência do problema já causa transtornos no novo endereço, distante cerca de 400 metros do ponto onde havia a maior concentração até a semana passada. Imagens registradas na tarde desta terça-feira, 15/8, por quem vive no local mostram a aglomeração de usuários.

Morador de um condomínio residencial no entorno, um analista de sistemas de 38 anos afirma que o acesso ao prédio pela Protestantes não existe mais e que as madrugadas são barulhentas.

“Tenho esposa e duas filhas. O fluxo nas mediações impossibilita de pegar o carro no estacionamento para levá-las para escola, sem contar o forte mau cheiro nas imediações”, diz.

O analista diz que os moradores já estão se organizando para realizar uma manifestação nos próximos dias.

Dono de uma livraria, Nelson Junior, 63, afirma que, frequentemente, se vê obrigado a fechar as portas por causa das operações. Porém, nos dois últimos dias, a situação ficou impraticável, nas suas palavras. “Pelo andar da carruagem, no resto da semana não vou poder abrir meu comércio”, diz.

No mesmo endereço desde 1984, o comerciante diz que não se sente seguro e, por isso, as vendas seguem apenas pela internet. “Não há segurança por nenhuma das forças do estado e da prefeitura que garantam a minha integridade. Nem a dos clientes”, afirma.

Proprietário de um hotel na Protestantes, José Alves dos Santos, 62 anos, afirma que o movimento caiu bastante desde o último domingo, quando o fluxo de usuário de crack foi transferido para lá.

O hotel de Santos tem 25 quartos e costumava ter pelo menos 10 ocupados todas as noites. “Agora, são três, quatro”, afirma. Os clientes são principalmente as garotas de programa da região, que não se sentem mais confortáveis para ir até o local.

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Homem sentado no chão na Rua Prates
Homem sentado na Praça Marechal Deodoro, com coberta azul, tomando sopa
Fluxo da Cracolândia, no cruzamento da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões
Pessoas no fluxo da Cracolândia, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões
Em situação de rua, Júlio César Ferreira da Silva, 33 anos, ao lado de seu cachorro, Scooby
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Dependente químico segura cachimbo de crack na região da Luz, em São Paulo

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Homem sentado no chão na Rua Prates

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Homem sentado na Praça Marechal Deodoro, com coberta azul, tomando sopa

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Fluxo da Cracolândia, no cruzamento da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões

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Pessoas no fluxo da Cracolândia, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões

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Em situação de rua, Júlio César Ferreira da Silva, 33 anos, ao lado de seu cachorro, Scooby

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Barracas montadas nas grades do Parque da Luz, em frente à estação, na região central de São Paulo

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Pessoas deitadas na calçada no entorno do Parque da Luz, em São Paulo

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Pessoas em situação de rua carregam sacos sobre as costas no Bom Retiro

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Abordagem de pessoa em situação de rua na Prates, no Bom Retiro

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Homens aguardam sopa na Praça Marechal Deodoro, em São Paulo

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Pessoas formam fila à espera de sopa na Praça Marechal Deodoro, em São Paulo

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Pessoas pegam potes de sopa na Praça Marechal Deodoro

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População em situação de rua sob o Minhocão, em São Paulo

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Pessoas reunidas na Feira do Rolo, na Avenida São João, região central

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Há 36 anos no mesmo ponto, o dono do hotel conta que o barulho feito pelos usuários também tem incomodado bastante agora. “Caixa de som a noite inteira e ainda fazem pagode. É 100% barulheira”, afirma.

Para o comerciante, a decisão de levar o fluxo para a Protestantes privilegiou quem tem mais força econômica. “Aqui tem comerciantes, mas não é aquela potência da Santa Ifigênia. É aquela história, cobre um santo e descobre o outro”, diz.

O dono do hotel conta que não é primeira vez em que o fluxo se instala no local. Santos diz que a última aconteceu há dois meses, quando ficaram por algumas semanas na Protestantes.

Mudança

A Prefeitura de São Paulo afirma que não houve operação para deslocamento do fluxo na Cracolândia. “Ao contrário do que foi publicado na imprensa, não há qualquer determinação para que usuários se transfiram de uma rua para outra. A Guarda Civil Metropolitana (GCM)  acompanha à distância a movimentação de usuários a fim de evitar confronto e garantir a segurança de todas as pessoas que estão naquela região”, diz, em nota.

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