Vídeo: candidato ao STJ joga no celular durante discurso de Moraes
Um dos indicados da OAB ao STJ, Márcio Fernandes jogava no celular enquanto ministro do STF falava durante evento em Portugal
atualizado
Compartilhar notícia
Enquanto o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), discursava em um evento em Coimbra, Portugal, no começo do mês, um candidato a uma cadeira no Superior Tribunal de Justiça (STJ) se divertia com um jogo de celular.
Com trajetória na diretoria jurídica da British American Tobacco, dona da Souza Cruz no Brasil, Márcio Fernandes é um dos seis nomes escolhidos em junho pela OAB para disputar a vaga deixada pelo ex-ministro Félix Fischer.
O STJ elegerá três advogados dessa lista sêxtupla, e encaminhará os nomes para a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável pela nomeação.
Márcio Fernandes foi flagrado em vídeo (veja abaixo) jogando no celular na plateia do evento, que reuniu ministros do próprio STJ, do STF e do governo Lula na cidade portuguesa, no início deste mês.
“É meu neto me mandando esses jogos. Eu confesso que eu não sei o nome do jogo e nem como joga. Ele me manda esses desafios, e eu tenho que abrir, porque é criança, né? Castelo, gente se matando, essas coisas”, disse Fernandes ao Metrópoles.
Fernandes disse que, mesmo assim, conseguiu manter a atenção no discurso do ministro. “Claro, depois de 30 anos como executivo de uma multinacional, você está em uma reunião, e o que mais tem é pepino. Você ouve a palestra, e eu vou a essas palestras há mais de 20 anos.”
O advogado e candidato a vaga no STJ também afirma que não estava no evento apenas por causa da campanha para a cadeira na Corte e que comparece a Coimbra há mais de 15 anos.
“Então, quem estava muito preocupado comigo e me filmando me pegou nesse momento de interação com meu netinho”, conclui.
O vídeo foi registrado de dentro da plateia, enquanto o ministro Alexandre de Moraes discursava sobre um assunto que lhe é caro: o movimento “antipolítica” que desaguou nos ataques contra o STF, no início de janeiro. Inquéritos relacionados ao caso, que atingiram o bolsonarismo, estão sob relatoria do ministro há anos.