Vídeo: arara entra em viatura e “faz ronda” com PM no interior de SP
Arara-canindé pousou em braço de policial militar e ainda acompanhou ocorrência em um rancho alvo de furto em Ilha Solteira
atualizado
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São Paulo – Dois cabos da Polícia Militar de Ilha Solteira, interior paulista, foram surpreendidos por uma arara-canindé, que pousou no braço do motorista da viatura, permanecendo no veículo com os policiais “fazendo patrulhamento” por cerca de 20 minutos.
O flagrante foi registrado pelo cabo Walter Galli Neto (assista abaixo), quando ele e seu parceiro, o cabo Marcos Antônio da Silva, faziam ronda pelo bairro Morada do Sol, perto da Prainha de Ilha Solteira, na segunda-feira (3/7).
“Quando entramos no bairro, fomos surpreendidos por uma arara. Ela veio, deu um rasante de fronte à viatura e veio pousar no braço do meu parceiro”, relatou ao Metrópoles o cabo Galli.
Ele registrou com o celular o momento em que a ave pousa no veículo. Os policiais ficaram maravilhados com a situação, convidando a arara para “fazer uma patrulha” com eles e “pegar uns malas [bandidos].”
Ela parece ter entendido o convite, porque permaneceu com a dupla de policiais por aproximadamente 20 minutos.
Chamado para ocorrência
Os policiais foram acionados em seguida para atender a um chamado de um morador de um rancho alvo de furto na noite do dia anterior.
“Fizemos contato com o morador e fomos surpreendidos novamente pela mesma arara, pousando sobre o teto da residência e, depois, em nosso braço, em uma cerca. Isso durou uns 40 minutos”, acrescentou o PM Galli.
Após atenderem à ocorrência, os policiais entraram na viatura e a arara “tomou seu destino”, nas palavras do policial ouvido pelo Metrópoles.
“Foi um momento maravilhoso, agradeço a Deus. Nunca havia acontecido isso, tanto comigo, como com meu parceiro. Foi uma bênção de Deus. Só tenho a agradecer por esse momento único.”
O cabo Galli está há 20 anos na corporação e seu parceiro, o cabo Marcos Antônio, há 13 anos.
Da mata para a cidade
A arara-canindé habita países da América do Sul e Central. No Brasil, seus ambientes naturais vão da Mata Atlântica à Amazônia e do Pantanal ao Cerrado.
Por causa do desmatamento e da degradação de seu habitat natural pela ação humana, as aves se adaptaram ao ambiente urbano.
Segundo o Instituto Arara Azul, as araras-canindé conseguem viver em cidades onde há a oferta de árvores frutíferas, que lhes proporcionam alimento e locais adequados para reprodução.
“Principalmente pelo fato desta espécie estar bastante habituada nas cidades, os impactos urbanos se tornam frequentes, como por exemplo, a poluição sonora, eletrocussão em cabos elétricos, ataques por animais domésticos, colisão em prédios, acidentes com fios de pipa, atropelamentos e conflitos com seres humanos”, alerta o instituto. O tráfico de animais silvestres também é uma ameaça constante.
Apesar de o estado de conservação da espécie ser classificado como “menos preocupante”, o instituto reforça o alerta de que os fatores acima mencionados estão contribuindo para a diminuição das populações de araras -canindé.