Vídeo: advogado sem camisa em videochamada leva bronca de juíza
Advogado contou que está afastado por problemas médicos e que entrou na chamada “por impulso” para explicar que não poderia participar
atualizado
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São Paulo — O advogado João Manoel Armôa Junior entrou sem camisa em uma videochamada realizada nessa quinta-feira (10/10) com uma juíza da 2ª Vara Criminal de São Sebastião, no litoral sul de São Paulo. A magistrada definiu a atitude como “inadmissível”.
Na sessão de despacho virtual, a juíza deixou claro que não gostou da atitude do advogado e afirmou que vai pedir medidas contra Armôa.
Veja:
Durante a bronca da magistrada, o advogado chegou a pedir perdão pelo feito.
“Está gravado que o senhor vem despachar com uma juíza de direito sem camisa. Isso é inadmissível. Eu determino a inspeção de ofício à Ordem dos Advogados do Brasil, veiculando este vídeo para que as medidas cabíveis sejam tomadas com relação à conduta do advogado”, afirmou a juíza.
Em entrevista ao Metrópoles, o advogado explicou que entrou sem camisa no despacho virtual “no impulso”, apenas para avisar que não conseguiria participar da ligação por estar afastado com problemas médicos e não ter documentos do processo no momento da reunião.
Armôa contou que desde a última quarta-feira (9/10) está afastado por conta de cólicas renais, mas que continuava orientando os funcionários do escritório.
Ele alegou, também, que o link do despacho caiu no lixo eletrônico e por isso não foi avisado da videoconferência. Com isso, o Tribunal entrou em contato por mensagem, no número pessoal, e envio o endereço virtual da entrada.
“Eu acessei o link para explicar que eu não ia fazer, que deveria ser redesignado e mandado de forma correta no e-mail, só que quando eu acessei a reunião virtual, o funcionário me colocou a doutora”, contou o advogado.
A reportagem teve acesso ao atestado recebido por Amôa, que cita as cólicas renais e um afastamento de 20 dias com repouso absoluto.
Ainda ao Metrópoles, o advogado explicou que o despache virtual é uma reunião que não entra no processo e que é de controle privado dos envolvidos na investigação. Por isso, ele vai entrar com um pedido para que a Corregedoria Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) investigue quem vazou o vídeo.
Em nota à reportagem, a OAB de São Paulo disse apura “toda e qualquer infração que chegue a seu conhecimento por intermédio de representação ou diante de fato divulgado em canais de comunicação”.
Porém, o órgão afirmou que não pode divulgar as providências eventualmente adotadas por conta dos processos serem sigilosos. Dependendo da decisão, o advogado pode ser suspenso ou até expulso dos quadros da OAB.