Veja cronologia do acidente em que Porsche matou motorista de app
Polícia fez animação 3D para mostrar trajeto feito por veículos antes e depois de Porsche de Fernando Sastre colidir na traseira de Sandero
atualizado
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São Paulo — Um vídeo incluído pela Polícia Científica no laudo sobre o acidente com um Porsche que causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo Viana no último dia 31 de março mostra uma simulação 3D (assista abaixo) da colisão, realizada a partir de imagens de câmeras de segurança.
Na animação, é possível ver o trajeto feito pelos veículos antes e depois da batida.
O Instituto de Criminalística usou um scanner laser 3D para mapear a Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, onde o Porsche dirigido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, bateu na traseira do Renault conduzido por Ornaldo da Silva Viana, que morreu.
De acordo com um laudo, o veículo trafegava a 136 Km/h no momento da colisão. “Cabe ressaltar que a velocidade obtida por meio da leitura do módulo pela Porsche foi de 136 Km/h, cujo resultado é condizente com a estimativa obtida pelo Núcleo de Apoio Logístico”, diz um documento do inquérito.
Nessa quinta-feira (18/7), o juiz Roberto Zanichelli suspendeu o segredo de Justiça sobre os autos do processo, atendendo a um pedido da promotora Monique Ratton, da 1ª Vara do Júri da Capital, responsável pelo caso.
Assista:
Carro adulterado
Uma análise feita pelo suporte técnico da Porsche aponta que havia um escapamento “não original” acoplado ao motor do veículo, “implicando em aumento de ruído e potência com a alteração da passagem dos gases de escapamento”.
Para chegar à velocidade no momento da colisão, o suporte técnico da empresa fez a leitura da unidade eletrônica do PSM (Porsche Stability Management), que é um sistema de controle de estabilidade da marca alemã. O PSM assume o comando de uma série de dispositivos do veículo em situações como a derrapagem ou retirada abrupta do pé no acelerador.
O exame do módulo do veículo foi realizado em um pátio da fabricante, na presença de um especialista do suporte técnico da Porsche, além da perita criminal e de peritos do Núcleo de Acidentes de Trânsito.
A perícia buscava saber também qual a velocidade do veículo minutos antes e também nos 30 dias anteriores à colisão, mas não foi possível obter esses dados. Segundo o suporte técnico, não foi possível obter esses registros, porque os carros da Porsche não têm equipamento para rastreamento ou datalogger instalados. O carro foi vendido em 14 de fevereiro e estava com 587 km rodados.
A velocidade máxima permitida na Avenida Salim Farah Maluf, onde ocorreu a colisão, é de 50 km/h. Laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil divulgado em 23 de abril já estimava que o carro do empresário, um Porsche 911 Carrera GTS, estava em alta velocidade, a 156 km/h.
Imagens inéditas
Na última quarta-feira (17/7), o Metrópoles mostrou fotos inéditas do acidente. Elas constam no laudo do Instituto de Criminalística.
Tremembé
O empresário está preso desde 11 de maio na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo. O lugar é conhecido como “cadeia dos famosos”, por receber detentos que se envolveram em crimes de repercussão.
Fernando Filho é réu por homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. O empresário foi acusado de provocar a colisão quando estava embriagado.