Victor Bonato: polícia acha 70 gigas de arquivos em celular de acusado
Polícia Civil analisa 70 gigabytes de arquivos do celular do influenciador envagélico Victor Bonato, suspeito de estuprar três fiéis em SP
atualizado
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São Paulo – A Polícia Civil analisa cerca de 70 gigabytes de arquivos extraídos do celular do influenciador evangélico Victor Bonato, de 27 anos, que está preso sob suspeita de estuprar três fiéis. Ele alega inocência e diz que todas as relações sexuais foram consentidas.
Os investigadores também solicitaram a lista de todas as pessoas que foram autorizadas a entrar no apartamento alugado por Victor Bonato em Alphaville, bairro rico de Barueri, entre o dia 22 de junho e 20 de setembro de 2023. A casa do influenciador é apontada como o local dos crimes na investigação.
O caso, que foi revelado pelo Metrópoles, é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Barueri. Segundo a Polícia Civil, há suspeita de que mais mulheres tenham sido vítimas do líder religioso.
Na quarta-feira (18/10), o Fabio Calheiros do Nascimento, da 2ª Vara Criminal de Barueri, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), decidiu negar o uso de tornozeleira eletrônica e prorrogou a prisão temporária de Victor Bonato por mais 30 dias. A medida foi solicitada pela Polícia Civil para dar seguimento à investigação.
Investigação
Fundador do movimento religioso Galpão, voltado para jovens ricos de Barueri, Victor Bonato foi preso no fim de setembro enquanto participava de um “retiro espiritual” no interior de São Paulo. No dia anterior, ele havia publicado um vídeo (veja abaixo) confessando ter cometido “pecados” e pedindo “perdão às meninas”.
No dia da captura, os policiais também apreenderam o celular do influenciador – um iPhone 14 Pro Max. A quebra do sigilo do celular foi autorizada pela Justiça paulista.
“A partir de então, foram envidados todos os esforços a fim de imprimir maior celeridade às investigações, contudo, devido a grande quantidade de dados extraídos do telefone apreendido e dificuldades de ordem técnico-operacional, ainda não foi possível finalizar a análise completa dos dados”, diz relatório da investigação, obtido pelo Metrópoles.
A expectativa dos policiais é que o material apreendido reforce o depoimento prestado pelas vítimas. Na delegacia, as mulheres, que têm idades entre 19 e 24 anos, detalharam a violência sofrida.
Segundo relatam, o influencer as convidava para ir até a casa dele para assistir a um filme. Em seguida, ele passava a mão nos corpos delas, sem consentimento, e as forçava a encostar em seu pênis. Em dois casos, ele teria forçado sexo oral e esfregou o órgão sexual no rosto de uma delas.
Defesa
Em nota divulgada nas redes sociais de Victor Bonato, as advogadas que o defendem afirmam que vão trabalhar para “provar a inocência” do influenciador evangélico. Ambas acrescentam compreender “a sensibilidade do caso” e enfatizam “o respeito ao devido processo legal”.
“Mantemos nossa crença na presunção de inocência e no compromisso com a busca de verdade. Trabalharemos para assegurar a justiça e contestar alegações injustas”, diz a nota.
À Justiça, a defesa do investigado pediu que a prisão temporária fosse revogada, mas a Justiça paulista negou a liberdade ao influenciador.
“Existem, ademais, indícios de agressividade do suspeito contra as vítimas, o que justifica o temor de que a liberdade dele possa não ser benéfica para a investigação livre”, escreveu o juiz, na decisão.