Victor Bonato: juiz nega tornozeleira e renova prisão por estupro
Influencer evangélico Victor Bonato, de 27 anos, teve prisão temporária decretada por suspeita de estuprar três fiés em Alphaville
atualizado
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São Paulo – A Justiça paulista negou o uso de tornozeleira eletrônica e renovou por mais 30 dias a prisão temporária do influencer evangélico Victor Bonato, de 27 anos, acusado de estuprar três fiéis em Alphaville, bairro rico de Barueri, na Grande São Paulo.
A decisão contra Victor Bonato foi proferida nesta quarta-feira (18/10) pelo juiz Fabio Calheiros do Nascimento, da 2ª Vara Criminal de Barueri, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O influencer alega inocência e afirma que as relações foram consentidas.
Conforme revelou o Metrópoles, Victor Bonato foi preso no dia 20 de setembro e está detido na Cadeia Pública Masculina de Carapicuíba, na região metropolitana. Para o magistrado, a liberdade provisória do influencer evangélico poderia expor as vítimas e colocar em risco o curso da investigação da Polícia Civil.
“Existem, ademais, indícios de agressividade do suspeito contra as vítimas, o que justifica o temor de que a liberdade dele possa não ser benéfica para a investigação livre”, escreveu Calheiros do Nascimento, no documento, obtido pela reportagem.
Estupros
Fundador do movimento religioso Galpão, em Alphaville, Victor Bonato é acusado de se aproveitar da sua posição de liderança para manipular e abusar sexualmente de três mulheres, com idades entre 19 e 24 anos. Os eventos aconteciam em um anexo de uma igreja.
Na véspera de sua prisão, o influencer postou um vídeo nas redes sociais no qual confessa ter cometido “pecados” e pede “perdão às meninas”, sem mencionar o que fez com elas (assista abaixo). Para a defesa, Victor Bonato estava confessando que agiu de forma contrária ao que prega a sua religião, mas não que cometeu crimes.
Em depoimento à Polícia Civil, as três mulheres que acusam o influencer detalharam a violência sofrida. Os crimes teriam ocorrido entre janeiro e setembro deste ano, fora do espaço onde o grupo fundado por Bonato realizava os cultos.
Segundo as vítimas, o influencer as convidava para ir até a casa dele para assistir a um filme. Em seguida, ele passava a mão nos corpos delas, sem consentimento, e as forçava a encostar em seu pênis. Em dois casos, ele teria forçado sexo oral e esfregou o órgão sexual no rosto de uma delas.
“Inaptidão para convívio”
A advogada Samara Batista Santos, que defende Victor Bonato, havia entrado com um pedido de revogação da prisão temporária e sugerido o uso de tornozeleira eletrônica.
No processo, que está sob segredo de Justiça, a defesa argumentou que o influenciador evangélico não apresenta risco de fuga ou de prejuízo para a investigação, caso recebesse liberdade provisória. Em outubro, a advogada entregou o passaporte dele para polícia.
A defensora argumentou, ainda, que, mesmo com a prisão do acusado, não surgiram novas denúncias de outras vítimas. “O requerente é absolutamente réu primário e possui bons antecedentes, bem como residência e emprego, fixos, sendo investigado somente nesse inquérito”, escreveu.
Já o Ministério Público de São Paulo concordou com o pedido para renovar a prisão temporária e se opôs à soltura de Victor Bonato.
“A prisão se faz necessária para resguardar a ordem pública, haja vista que o crime pelo que responde o acusado é hediondo, revelando o infrator incontrolável inaptidão para o convívio social, já que é tido como um líder religioso, cercado por inúmeros jovens, o que poderá ensejar a reiteração do crime, já que goza de grande influência entre eles”, registrou o promotor Estêvão Luís Lemos Jorge.