Vereadores do PSol recebem ameaça que cita atentado com homem-bomba
E-mail enviado para parlamentares de SP relembra episódio em Brasília em 13/11 e ameaça matar vereadores que não renunciarem ao cargo
atualizado
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São Paulo — Os vereadores Celso Giannazi e Toninho Vespoli, ambos do PSol de São Paulo, denunciaram ter recebido ameaças de morte por e-mail. No texto, o autor dos ataques cita o atentado em Brasília do último dia 13 de novembro, quando um homem-bomba detonou explosivos e se matou em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), e diz que vai explodir uma bomba na Câmara de Vereadores da capital paulista.
O e-mail critica o aumento de 37% no salário dos vereadores aprovado na Câmara Municipal no dia 13 de novembro. A bancada do PSol, no entanto, votou contra a medida.
“A ameaça que recebi é repleta de violência e diz que se os vereadores que não renunciarem e abandonarem a política serão mortos. Além de exaltar o atentado contra o STF, ocorrido na semana passada. O discurso de ódio da extrema direita tem levado à violência e morte”, afirmou Giannazi, nas redes sociais, sobre o caso.
Em um vídeo publicado no Instagram, Toninho Vespoli também liga a ameaça à “ultradireita”. “Até onde nós vamos com essa ultradireita desestabilizando as instituições democráticas? Não é possível a gente viver em uma sociedade totalmente instável como a que estamos vivendo”, afirmou o parlamentar.
O e-mail é assinado por Ricardo Wagner Arouxa, um homem que alega ter seu nome sendo utilizado indevidamente por criminosos desde 2017 para ameaçar políticos e cometer crimes como pornografia infantil.
Gianazzi e Toninho registraram boletim de ocorrência sobre o caso e também avisaram a Polícia Federal e a presidência da Câmara Municipal.
A Secretaria da Segurança Pública afirmou que os vereadores foram orientados quanto ao prazo para representação criminal na delegacia responsável pela área dos fatos, o 1º Distrito Policial da Sé, para o prosseguimentos das investigações.
Em nota, a presidência da casa legislativa confirma que tomou conhecimento do caso e que o e-mail com as ameaças usa “indevidamente” a assinatura de um cidadão para ataques a políticos. A mesma assinatura já foi utilizada por criminosos em ataques feitos a outras instituições, segundo a nota.
“Independentemente disso, os órgãos que atuam na Câmara (Inspetoria da Guarda Civil Metropolitana e Assessoria da Polícia Militar) reforçaram as medidas preventivas de segurança no Palácio Anchieta”, afirma a nota da Câmara Municipal de São Paulo.
O Metrópoles questionou a Polícia Federal sobre o caso, mas não foi respondido até a publicação desta reportagem.