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Vereadores adiam discussão de abertura de CPI contra padre Júlio

Líderes das bancadas de vereadores da Câmara Municipal decidiram esperar andamento de investigações da Igreja contra padre Júlio

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Imagem colorida mostra Milton Leite, homem negro, de terno azul e camisa preta, ao lado de um microfone em uma mesa. O presidente da Câmara de vereadores sorri - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Milton Leite, homem negro, de terno azul e camisa preta, ao lado de um microfone em uma mesa. O presidente da Câmara de vereadores sorri - Metrópoles - Foto: Rede Câmara

São Paulo – A Câmara Municipal de São Paulo decidiu não instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o padre Júlio Lancellotti, mas deverá voltar a analisar o assunto após o Carnaval.

Nesta terça-feira (6/2), durante reunião dos líderes de bancadas do Legislativo, a discussão de instalação de uma CPI foi adiada diante de supostas denúncias de abuso sexual envolvendo o padre — que ele nega.

O adiamento se deu porque há intenção de que essas denúncias sejam investigadas, mas o pedido de abertura de CPI tem um objeto diferente: as Organizações Não Governamentais (ONGs) que recebem recursos públicos para atender frequentadores da Cracolândia, no centro da cidade, tema que não tem relação direta com o padre.

Autor do requerimento de instalação da CPI, o vereador Rubinho Nunes (MDB) destacou que está colhendo depoimentos de supostas vítimas do padre e que tinha intenção de incluir essas informações na investigação.

A falta de citação ao padre Júlio como alvo das investigações é o que já havia feito que 7 dos 24 parlamentares que haviam assinado o requerimento para instalação da comissão tivessem pedido, em janeiro, a retirada de seus nomes do documento quando Rubinho.

O presidente da Câmara, Milton Leite, do União (na foto em destaque), defendeu que, caso haja indícios “razoáveis” para o início de uma investigação de supostos abusos praticados pelo padre, um novo requerimento deveria ser feito, deixando de forma clara que seria esse o objeto da investigação dos vereadores — e não a política de repasses de recursos para ONGs.

A base do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na Câmara concordou com a proposta do presidente. Embora a oposição também tenha concordado, houve críticas dos parlamentares da esquerda sobre o foco dado ao padre, que não estava citado no pedido de investigação. “A pessoa está sendo incriminada indiretamente”, disse o vereador Eliseu Gabriel (PSB).

A Câmara Municipal tem 45 pedidos de instalação de CPIs que estão na fila, na frente do pedido de investigação do padre. Para que a investigação tenha início, os vereadores terão de votar uma inversão da ordem da fila.

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