Vereadora de Araraquara é alvo de ofensas transfóbicas durante posse
Vereadora Filipa Brunelli (PT), de Araraquara, teve sua fala interrompida por pessoas que a chamavam de “traveco”
atualizado
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São Paulo — A cerimônia de posse da nova legislatura de Araraquara, no interior de São Paulo, no dia 1º de janeiro, foi marcada por interrupções à fala e ofensas transfóbicas contra a vereadora Filipa Brunelli (PT).
Na ocasião, pessoas que estavam na plateia interromperam a fala da política, que se autodeclara uma mulher transgênero, gritando palavras criminosas como “traveco” e a mandavam ir “embora daí”.
As ofensas começaram após Brunelli se colocar como uma figura de oposição ao mandato do novo prefeito, que também tomava posse. Em 2024, Dr. Lapena (PL) venceu Eliana Honain (PT), que contava com o apoio do então prefeito da cidade e liderança do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva (PT).
Brunelli discursava contra a nova gestão quando foi interrompida pela plateia. “Deixo claro desde já que serei oposição ao governo municipal que se elegeu sustentado por uma ideologia conservadora alinhada ao retrocesso e a defesa de figuras políticas violadoras de direitos humanos”, dizia, quando o discurso foi interrompido (Vídeo Abaixo).
Para continuar a falar, Brunelli precisou pedir para que o presidente da Casa, Rafael de Angeli (Republicanos), interferisse. Ele, então, assumiu o microfone e pediu para a plateia respeitar a vereadora.
Após cerca de dois minutos, a vereadora conseguiu finalizar o discurso pedindo respeito ao mandato e agradecendo aos eleitores.
Em 2020, Filipa Brunelli foi a primeira pessoa trans eleita para a Câmara Municipal de Araraquara. Ela se reelegeu no ano passado com 1.747 votos.
Além dela, o Partido dos Trabalhadores elegeu mais três vereadores que, junto com uma cadeira do PCdoB, formam uma bancada de cinco parlamentares do campo da esquerda. Eles são minoria no total de dezoito vereadores eleitos para a Câmara.