Vereador que perdeu mandato por racismo tem candidatura negada
Camilo Cristófaro foi o primeiro vereador a perder mandato por racismo na história da cidade de São Paulo
atualizado
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São Paulo — Primeiro vereador na história da cidade de São Paulo a perder mandato por racismo, Camilo Cristófaro (Podemos) teve o pedido de candidatura negado pela Justiça Eleitoral nessa segunda-feira (9/9).
O indeferimento do pedido de candidatura a vereador de São Paulo se deu pelo fato de que, quando o parlamentar perdeu seu mandato, ele também ficou inelegível por oito anos a partir de 2024.
A Justiça esclareceu a negativa do registro da candidatura pela Lei de Inelegibilidade. O juiz afirmou ainda, em referência à decisão da Câmara Municipal de São Paulo, que retirou o cargo de Camilo, que “não é papel da Justiça Eleitoral decidir sobre o desacerto das decisões proferidas por outros órgãos”.
Relembre o caso
O vereador Camilo Cristófaro (Avante) foi cassado pela Câmara Municipal de São Paulo em setembro de 2023 por quebra de decoro parlamentar, por causa de uma declaração racista. Em sessão virtual em maio de 2022, o parlamentar disse que não lavar a calçada era “coisa de preto”.
O advogado do vereador chegou a compará-lo ao oficial da Alemanha nazista Adolf Eichmann, para dizer que Camilo não teve um julgamento justo.
Camilo não recebeu nenhum voto a favor de sua permanência. Ele teve 47 votos pela cassação e 5 abstenções, dos vereadores Coronel Salles (PSD), Paulo Frange (PTB), Rute Costa (PSD), Sansão Pereira e Atílio Francisco (Republicanos).
Em nota, Camilo afirmou que tem uma “trajetória inatacável” e que está “requerendo a fim de superar os entraves legais a minha completa formalização de registro de candidatura a fim de concorrer ao cargo indicado”.