Vereador de SP Adilson Amadeu é condenado por comentários sobre judeus
Adilson Amadeu foi sentenciado a 2 anos e 6 meses de prisão em regime aberto e à perda de mandato no último sábado (28/10)
atualizado
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São Paulo – O vereador de São Paulo Adilson Amadeu (União Brasil) foi condenado, no último sábado (28/10), a 2 anos e 6 meses de prisão em regime aberto pelo crime de racismo por falas sobre a comunidade judaica. A juíza Renata William Rached Catelli, da 21ª Vara Criminal de São Paulo, determinou, ainda, a perda de mandato e o pagamento de uma multa de 13 salários mínimos. Amadeu pode recorrer.
A condenação diz respeito a áudios enviados em um grupo de amigos no WhatsApp em 2020. Na ocasião, ele afirmou que os judeus querem “que todo mundo quebre”. O trecho foi citado na decisão.
“É uma puta de uma sem-vergonhice, que eles querem que quebre todo mundo, para todo mundo ficar na mão, do grupo de quem? Infelizmente também os judeus, quando eu tô até respondendo um processo, porque quando entra [o Hospital Israelita] Albert Einstein, grupo Lide, é que tem sem-vergonhice grande, grande, sem-vergonhice de grandeza que eu nunca vi na minha vida”, afirmou Amadeu.
Na decisão, a magistrada disse que o vereador reviveu ideias “sabidamente consideradas antissemitas, ajudando a disseminá-las, estigmatizando o povo judaico”.
A defesa de Amadeu afirmou, no processo, que o alvo do comentário não foi a comunidade judaica, e sim a gestão do governo estadual e do governo federal durante a pandemia. Os advogados argumentaram, ainda, que o áudio foi enviado em um grupo privado que o vereador tinha com amigos de infância e que ele pediu desculpas para a Federação Israelita de São Paulo em abril de 2022.
No ano passado, Amadeu foi condenado por injúria racial após ataques antissemitas ao também vereador Daniel Annenberg (PSDB) em uma sessão na Câmara Municipal de São Paulo. Amadeu xingou o colega de “judeu filho da p*” e “judeu b*”.