Vereador aciona MPSP por suposto conflito de interesses de Feder
Renato Feder, secretário de Educação de SP, tem via offshore 28% das ações da Multilaser, que tem R$ 200 milhões em contratos com sua pasta
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – O vereador paulistano Toninho Vespoli (Psol) enviou um ofício à Promotoria de Educação do Ministério Público (MPSP) pedindo apuração sobre suposto caso de conflito de interesses do secretário estadual da Educação, Renato Feder, ex-CEO da Multilaser.
Feder, nomeado secretário por Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem uma offshore em Dalaware, paraíso fiscal dos Estados Unidos, que que detém 28,16% das ações da Multilaser, uma das principais fornecedoras de produtos de informática da mesma secretaria, conforme informou o Metrópoles.
“É primordial investigar o possível conflito de interesses mesmo que não se tenha conhecimento de possíveis irregularidades. Cuida-se de promover a integridade das instituições públicas de forma a evitar a ocorrência de desvios, ao invés de apenas remediar seus efeitos”, afirma o vereador, na sua representação.
A Multilaser tem R$ 200 milhões em contratos com a Secretaria da Educação que foram assinados nos dez últimos dias do ano passado, após Tarcísio vencer as eleições.
Feder está responsável por fiscalizar a execução desses contratos, que preveem o fornecimento de computadores para a rede pública e manutenção até o fim do ano.
O secretário foi CEO da Multilaser de 2003 a 2018 e se manteve como membro do Conselho de Administração da empresa até 30 de novembro do ano passado.
Ele deixou o cargo após o Metrópoles publicar reportagem mostrando que, entre 2021 e 2022, a empresa já havia recebido R$ 192 milhões da secretaria por contratos para fornecimento de tablets e notebooks.
Feder já afirmou que, como secretário, não assinará contratos de seu pasta com a empresa da qual detém ações. A Multilaser informou que não participará de licitações com o governo de São Paulo enquanto Feder for secretário de Educação. Na semana passada, Tarcísio de Freitas afirmou não ver conflito de interesse no caso.