Da Venezuela a Argentina, Lula nega inimizades: “Elejam quem quiserem”
Lula critica diplomacia durante governo Bolsonaro prega que política internacional avalie “o que o Brasil ganha ou perde”
atualizado
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São Paulo — Depois de dar indiretas ao presidente argentino Javier Milei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou, nesta sexta-feira (19/7), que o Brasil tenha inimizades com outros países e disse que o país “tem que gostar de todo mundo”.
“Todo mundo gosta do Brasil e o Brasil tem que gostar de todo mundo. Por que vou querer brigar com a Venezuela, a Nicarágua ou a Argentina? Eles que elejam os presidentes que eles quiserem”, declarou Lula, durante agenda em São José dos Campos, no interior paulista.
Lula tem sido cobrado a se manifestar contra o governo de Daniel Ortega, na Nicarágua, e é frequentemente criticado pela relação com Nicolás Maduro na Venezuela – Maduro, inclusive, declarou que se não for eleito novamente o país pode enfrentar um “banho de sangue”.
Além disso, Lula lida com a difícil relação com Milei, que deixou de participar de uma reunião do Mercosul para ir a um evento de conservadores em Santa Catarina junto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O que me interessa é relação de Estado para Estado, o que o Brasil ganha ou perde nessa relação”, afirmou Lula nesta sexta.
No evento, Lula voltou a criticar a política internacional de Bolsonaro e disse que “ninguém” queria receber o ex-presidente em agendas no exterior.
O petista também saiu em defesa de suas viagens para se encontrar com presidentes de outros países e justificou sua ida a uma reunião da Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom), em fevereiro deste ano.
“Acho muito importante, porque eles compram do Brasil. Não compram o tanto que a China compra, mas eles compram do Brasil o que podem comprar. E essa gente é quem vota nas coisas do Brasil quando a gente disputa uma vaga a nível internacional”, disse Lula.