“Velha gagá”: Justiça manda indenizar teleoperadora vítima de etarismo
Funcionária afirmou que era atacada com frequência por seus supervisores, que a chamavam de “velha gagá” e “velha burra e incompetente”
atualizado
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São Paulo – Uma mulher 64 anos deverá ser indenizada por danos morais após sofrer etarismo no local de trabalho. A funcionária afirmou que era atacada com frequência por seus supervisores, que a chamavam de “velha gagá” e “velha burra e incompetente”.
A decisão é da juíza Sandra Regina Esposito de Castro, da 6ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP).
De acordo com a funcionária, desde que iniciou na empresa, onde prestava serviço como teleoperadora, ela era tratada de modo diferente por causa da idade e por ter dificuldades para operar computadores.
Contou que na ocasião em que mudou para uma nova atividade, recebeu apenas três dias de treinamento, quando o usual seriam de 15 a 20.
A trabalhadora disse que a falta de capacitação fez com que ela demandasse muito dos supervisores. E quando se reportava a eles recebia respostas como “velha burra, incompetente”, “não sei o que está fazendo aqui”, “velha gagá”.
“Tiravam sarro”
Uma testemunha declarou que ouviu a funcionária ser agredida verbalmente pelo supervisor “na frente de todo mundo na operação” e “que tiravam sarro da mesma”.
Afirmou também que não havia outros funcionários da idade dela na empresa; que as pessoas tinham, em média, entre 18 a 34 anos.
A empresa negou a ocorrência das situações descritas, mas não fez contraprova.
A juíza considerou que a situação se encaixa no caso de ofensa de natureza leve e fixou indenização em R$ 2.432,32, o que corresponde a duas vezes o último salário contratual da funcionária.