Candidatos de SP já gastaram R$ 7 milhões com advogados. Veja ranking
Levantamento do Metrópoles mostra que candidatos à Prefeitura já gastaram mais de R$ 7 milhões em despesas com escritórios de advocacia
atualizado
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São Paulo — A intensa troca de ofensas pessoais entre candidatos à Prefeitura de São Paulo tem se refletido nos gastos das campanhas com advogados. Desde que foi dada a largada oficial na disputa, em agosto deste ano, os candidatos já declararam à Justiça Eleitoral mais de R$ 7 milhões em despesas ligadas a escritórios de advocacia.
As bancas contratadas pelos políticos são responsáveis por ações como os pedidos de direito de resposta contra adversários e o registro das candidaturas, além de outros processos de cunho eleitoral.
O Metrópoles conferiu as declarações de despesas enviadas pelos candidatos à Justiça Eleitoral até esta segunda-feira (30/9) para saber quem gastou mais na hora de contratar suas defesas. Confira o ranking completo no fim da reportagem.
O valor mais elevado gasto até o momento foi declarado pelo atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB). O emedebista pagou R$ 2,75 milhões aos escritórios Vita Porto, e Malheiros, Penteado e Toledo Advogados.
Com sua gestão no foco das críticas dos rivais, Nunes tem sido um dos principais alvos da disputa este ano. A campanha tem respondido aos ataques com uma batalha jurídica intensa, que reverberou em direitos de resposta contra os três principais adversários: Guilherme Boulos (PSol), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB).
Com a maior verba arrecadada na eleição até o momento, o candidato Guilherme Boulos (PSol) registra a segunda maior despesa com empresas de advocacia desta eleição. O deputado federal gastou R$ 1.739.712,23 com os escritórios Wilton Gomes, Almeida Prado, Pacheco Martins, Tomelin, Calidone & Recchia, e R. Piccelli.
Assim como Nunes, os principais embates jurídicos de Boulos também foram contra Marçal, depois que o influencer afirmou, sem provas, que Boulos é usuário de cocaína. Por causa das acusações, a Justiça autorizou o deputado a publicar direitos de resposta nas redes sociais do ex-coach.
Depois de Boulos, o terceiro nome a liderar o ranking de gastos com advogados é o do apresentador José Luiz Datena (PSDB). O candidato investiu R$ 1,09 milhão na contratação das empresas Podval Advogados Associados, Destri Advocacia e Aleixo Costa Sociedade de Advogados. Segundo a campanha, deste valor foram efetivamente pagos até agora R$ 490 mil.
Datena e o influencer Pablo Marçal têm se enfrentado na Justiça desde que o influencer chamou o tucano de estuprador, durante um debate promovido pela TV Cultura. A acusação foi feita quando Marçal relembrou uma denúncia de assédio já arquivada contra Datena. Nesse mesmo dia, o apresentador deu uma cadeirada no ex-coach.
Em quarto lugar no ranking aparece a também deputada federal Tabata Amaral (PSB). A candidata investiu R$ 739,5 mil nos escritórios Vilela, Miranda e Aguiar Fernandes Advogados; Silveira Andrade Advogados; Bonvicino & Barbosa Advogados Associados; e Antunes Vidal.
Marçal, que gastou R$ 475 mil com advogados, ocupa a quinta posição em gastos declarados. O influencer contratou os escritórios Pomini, Paulo Hamilton e Reina Filho, Delgado Gomes, e Nelson Wilians para representá-lo.
Por último aparecem Marina Helena, que investiu R$ 172,5 mil na contratação da empresa Ricardo Stella Advogados, e Altino Prazeres, que declarou ter gasto R$ 41 mil para bancar os serviços do escritório Francisco de Assis da Silva e Araújo Advogados.
Os candidatos Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO) e Ricardo Senese (UP) não tinham declarado nenhuma despesa com advogados até a publicação desta reportagem.
Confira o ranking completo:
- Ricardo Nunes (MDB) – R$ 2,75 milhões
- Guilherme Boulos (PSol) – R$ 1.739.712,23
- José Luiz Datena (PSDB) – R$ 1.09 milhão
- Tabata Amaral (PSB) – R$ 739,5 mil
- Pablo Marçal (PRTB) – R$ 475 mil
- Marina Helena (Novo) – R$ 172,5 mil
- Altino Prazeres – R$ 41 mil
- Bebeto Haddad (DC) – Não declarou despesas com advogados
- João Pimenta (PCO) – Não declarou despesas com advogados
- Ricardo Senese (UP) – Não declarou despesas com advogados