Veja o que se sabe sobre helicóptero que desapareceu no Ano-Novo em SP
Helicóptero com quatro tripulantes desapareceu no interior paulista na véspera de Ano-Novo; aeronave saiu da capital com destino a Ilhabela
atualizado
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São Paulo – Um helicóptero com quatro pessoas a bordo está desaparecido desde a noite de domingo (31/12), véspera de Ano-Novo, em São Paulo. Buscas em áreas de mata são realizadas para encontrar a aeronave.
O helicóptero, modelo Robinson 44, pintado de cinza e preto, com prefixo PRHDB, sumiu dos radares enquanto sobrevoava a região da Serra do Mar, em São José dos Campos, no interior paulista. As causas do desaparecimento ainda são desconhecidas.
Segundo mensagens de uma das passageiras, enviadas antes de perder o sinal, o voo enfrentava mau tempo e foi necessário fazer um pouso de emergência “no meio do mato”. A aeronave teria decolado novamente depois disso.
O último contato foi feito às 15h10 de domingo. Desde então, o helicóptero e os seus tripulantes têm paradeiro desconhecido.
Quem é o piloto
O helicóptero era conduzido por Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos, conhecido por transportar celebridades em São Paulo. Ele é um dos sócios da CBA Investimentos, que compartilha a propriedade da aeronave desaparecida com outra empresa, a RGI Locações.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cassiano já recebeu mais de 17 autos de infração e chegou a ter a licença de piloto cassada, em setembro de 2021, por “conduta grave de fraude”.
Em 2022, o MPF também recomendou o fim da prestação de serviço das empresas responsáveis pelo helicóptero que sumiu. Para os procuradores, elas atuavam de forma clandestina.
A aeronave não possui licença para o serviço de táxi aéreo. Ainda assim, segundo o MPF, Cassiano e as empresas faziam “propaganda de serviços aéreos não autorizados” nas redes sociais.
Quem são os passageiros
Três passageiros estavam a bordo do helicóptero: Raphael Torres, Letícia Sakumoto, de 20 anos, e a mãe dela, Luciana Rodzewics, de 45 anos.
Ao Metrópoles, familiares de Letícia e Luciana disseram que elas foram convidadas por Raphael, amigo de Letícia, para um “bate-volta” na praia. O rapaz também seria amigo de Cassiano.
Segundo parentes, Letícia é especialista em aplicação de unhas de gel. Ela trabalha em um salão de beleza.
Já Luciana, a mãe da jovem, é comerciante e atua no ramo de moda feminina. “A ideia, inicialmente, era a gente passar o Réveillon na casa da minha mãe, em Itaquera [na capital paulista], mas, de última hora, ela desistiu”, disse a filha Clara Silvia.
Pouso forçado
O helicóptero decolou do Campo de Marte, na cidade de São Paulo, às 13h15, e seguia para Ilhabela, no litoral norte do estado.
Durante a viagem, Letícia mandou mensagem e chegou a enviar vídeo (veja abaixo) ao namorado, Henrique Stellato, para mostrar que o voo era realizado em meio às más condições climáticas. “Tá perigoso. Muita neblina. Estou voltando”, escreveu.
A jovem também registrou um pouso de emergência que foi feito durante o percurso. “Pousamos no meio do mato”, relatou.
Por causa do mau tempo, o piloto teria desistido de chegar ao destino final e retornaria à capital paulista. A aeronave, no entanto, sumiu nesse caminho.
Na terça (2/1), Henrique fez um post em homenagem à namorada.
“Amor vou te achar hoje, eu preciso de você para continuar nossa vida… Não me deixa, você é tudo para mim. Deus não vai deixar isso acontecer com uma mulher como você! Te amo muito, minha japa.”
Buscas
Segundo a Polícia Militar (PM), as buscas pelo helicóptero, feitas em apoio à Força Aérea Brasileira (FAB), começaram por volta das 22h30 de domingo.
Em nota, a FAB afirma já ter realizado mais de 15 horas de sobrevoo na área em que a aeronave desapareceu, mas ainda não a encontrou.
O esquadrão de busca e salvamento é composto por 15 tripulantes especializados e feito com a aeronave SC-105 Amazonas, equipada com radar capaz de vasculhar terra e mar.
“A aeronave ainda conta com um sistema eletro-óptico de busca por imagem e por espectro infravermelho. Isso permite realizar buscas pelo calor, detectando, por exemplo, uma aeronave encoberta pela vegetação ou uma pessoa no mar”, diz a FAB.