Veja imagens do crime do qual influencer Nino Abravanel é suspeito
Nino Abravanel é investigado pela execução do pedreiro Tarcísio Gomes da Silva, suspeito de matar o avô do influencer. Ele está foragido
atualizado
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São Paulo – Com base em imagens de câmeras de segurança, a Polícia Civil paulista montou a dinâmica de como o influencer Deivis Elizeu Costa Silva, conhecido como Nino Abravanel, de 18 anos, o irmão dele e três comparsas teriam assassinado o pedreiro Tarcísio Gomes da Silva, 32, na zona sul da capital paulista, na noite de 19 de maio de 2024.
A Justiça determinou a prisão temporária do influencer e dos outros quatro acusados. Foragido, Nino Abravanel alega ser inocente e argumenta que as provas apresentadas na investigação são ilegais. A defesa afirma não ter tido acesso aos vídeos citados no inquérito.
O crime
Tarcísio foi surpreendido enquanto caminhava na Estrada do M’Boi Mirim, por volta das 22h40, e acabou executado com 11 tiros na nuca, no rosto e no pescoço. A vítima era investigada por matar o avô de Nino Abravanel a pauladas naquele mesmo dia. Para a polícia, o crime aconteceu por vingança.
Uma testemunha relatou ter visto o atirador, vestido com capuz e roupas pretas, fugir a pé em direção ao Terminal Guarapiranga. Ao levantar imagens do local (fotos acima), os investigadores perceberam que um Honda City prata entrou na faixa exclusiva de ônibus, na Avenida Luiz Gushiken. A pessoa que dirigia o carro ficou esperando o homicídio ser consumado e depois empreendeu fuga.
Preparação em restaurante
O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelo inquérito, afirma que Nino Abravanel e os outros quatro suspeitos estavam reunidos em um restaurante menos de duas horas antes do crime.
O grupo sentou em uma mesa dos fundos e, apesar do clima ameno, quatro deles usavam blusa e capuz – vestes que destoavam dos outros frequentadores do estabelecimento. Para a polícia, este seria um indício de que a execução de Tarcísio já estava planejada.
As imagens do circuito de segurança (fotos acima) mostram que Derik Elias Costa e Silva, de 20 anos, irmão do influencer, é o primeiro a se levantar da mesa. Na gravação, ele aparece com roupas parecidas com a do atirador.
Os cinco vão em direção ao Honda City, adquirido há pouco tempo por Eberton Salles de Lima, outro integrante do grupo. Segundo a dinâmica descrita em relatório de investigação, todos os suspeitos entram no carro, que sai em direção ao Terminal Guarapiranga.
Perseguição e fuga
A Polícia Civil obteve, ainda, imagens de outros locais (veja abaixo), nas imediações do terminal de ônibus, que mostram o carro parando. Nessa hora, Derik e Eberton teriam desembarcado e seguido a pé.
Outra câmera, instalada em um posto de gasolina, flagrou a vítima Tarcísio passando pela calçada do estabelecimento. Pouco depois, Derik aparece seguindo a vítima, com a mão esquerda na cintura, seguido de Eberton, visto correndo pelo mesmo lugar.
Os policiais afirmam que, após o crime, Derik saiu em disparada para dentro do terminal, onde já era aguardado pelo carro de fuga. Segundo a investigação, Nino Abravanel era o responsável por dirigir o veículo. Os outros ocupantes eram Julio César de Souza Alves, o Jacaré, e um homem identificado apenas como “Jhonny”.
Pela análise dos agentes, o veículo retorna para a frente do restaurante. Derik desembarca e entra no seu Volkswagen T Cross. Já Julio César sobe em uma moto. Nino Abravanel e Jhonny deixam o local no Honda City. Nessa hora, Eberton não estava mais com o grupo.
“Prova ilegal”
O advogado Felipe Cassimiro, que representa o influencer, contesta a legalidade das provas e entrou com pedido na Justiça para trancar o inquérito. A defesa alega, ainda, que em duas imagens citadas pela polícia, a data que aparece é 6/4/2019 – anterior, portanto, ao crime.
“No que diz respeito às imagens de câmera extraídas, não há registro documental acerca dos procedimentos adotados pela polícia para a preservação da integridade, da autenticidade e da confiabilidade desse importante elemento informativo que redundou na identificação do suposto veículo utilizado no crime”, argumentou, na ação.
Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa também ressalta que o pedido de prisão temporária é “completamente injusto” e diz que Nino Abravanel é “totalmente inocente”. No comunicado, o advogado chama reiteradamente a vítima de “serial killer” e diz que Tarcísio “havia assassinado brutalmente o avô de Nino”.
“O serial killer Tarcísio Gomes da Silva tinha um histórico criminal bem extenso, incluindo casos de estupro, homicídio e feminicídio, e encontrava-se, ainda por cima, foragido da Justiça”, disse.