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Veja como foi o depoimento do ambulante espancado por filho de Maguila

O ambulante Osvaldo de Souza prestou depoimento à polícia nessa quinta (7) após ser agredido por filho de Maguila na noite de quarta (6)

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São Paulo — O vendedor ambulante Osvaldo de Souza, de 41 anos, prestou depoimento à polícia nessa quinta-feira (7/11) após ser agredido por Adenilson Lima, filho do ex-pugilista Maguila, em frente à casa de shows Espaço Unimed, na zona oeste de São Paulo. A agressão (veja vídeo abaixo) aconteceu na noite dessa quarta-feira (6/11).

Para a vítima, Adenilson Lima, conhecido como “Maguila”, tinha a intenção de tirar a sua vida, já que em momento algum parou as agressões por conta própria, somente com a interferência dos populares.

As agressões “continuaram até que estivesse prestes a perder a consciência, somente parando com a interferência dos populares que pediam veementemente para que ele parasse, inclusive, com a batida da sua cabeça no chão”, diz o texto do depoimento de Osvaldo à polícia.

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Osvaldo de Souza, 41
Ambulante é espancado por seguranças de casa de shows em SP
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O vendedor ambulante Osvaldo de Souza, com a cabeça machucada após apanhar de um segurança

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Ambulante é espancado por seguranças de casa de shows em SP

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Quando questionado pela polícia sobre se em algum momento Maguila disse que o iria matar, Osvaldo afirmou que não.

O caso foi registrado como lesão corporal no 2° Distrito Policial (DP), no Bom Retiro. “A vítima foi orientada quanto ao prazo de representação criminal contra o autor”, diz nota da Secretaria da Segurança Pública (SSP) ao Metrópoles. Já o depoimento foi feito no 23º DP, em Perdizes.

Após a agressão, o ambulante foi encaminhado ao Pronto Socorro Municipal Dr. Lauro Ribas Braga, em Santana. Ele foi submetido também ao Instituto Médico Legal (IML), para exame de corpo de delito.

Opressão

Segundo Osvaldo, que atua há aproximadamente três anos no entorno da casa de eventos com a venda de bebidas em um carrinho de mão, há cerca de cinco meses um segurança conhecido como “Carioca” passou a trabalhar no local. Ele, diferentemente dos outros seguranças que atuavam uniformizados naquele estabelecimento, “logo que chegou, demarcou a calçada no entorno do estabelecimento, ordenando aos ambulantes que se mantenham no limite por ele estabelecido em via pública”.

De acordo com o ambulante, Carioca se dizia policial e estava sempre armado. O filho de Maguila, Adenilson Lima, teria passado a atuar logo depois de Carioca como “segurança secundário” do espaço, e era subordinado a ele.

Para Osvaldo, ambos passaram a “oprimir” os vendedores ambulantes da região, ordenando os locais que podem ou não ficar, “simplesmente controlando a via pública”, segundo o texto policial.

Expulsão

No último domingo (3/11), Osvaldo contou que parou o seu carrinho de mão fora do limite estabelecido por Carioca. Então, ele veio ao seu encontro e passou a proferir diversas falas ameaçadoras, lhe constrangendo a obedecê-lo sob pena de não poder trabalhar mais no local. Ainda naquele episódio, ele tirou uma foto do seu rosto.

No dia da agressão, nessa quarta, Osvaldo chegou na região para trabalhar por volta de 15h. Enquanto procurava um local para trabalhar, o segurança Carioca chegou ao local e passou a mostrar a foto do ambulante para os demais vendedores, enquanto os expulsava de lá, afirmando a eles que não poderiam trabalhar naquela região — demarcada por ele anteriormente como permitida — por causa de Osvaldo. Os relatos estão no depoimento à polícia.

Tentando resolver a situação, Osvaldo disse que foi tentar se desculpar com Carioca por tê-lo desobedecido na semana anterior, uma vez que havia parado o seu carrinho fora do local por ele demarcado. Porém, logo quando pediu desculpas, Carioca teria dito: “Sai daqui!”. Nesse momento, Maguila surgiu e passou a lhe agredir.

Agressão

No depoimento, Osvaldo contou que foi derrubado no chão por Maguila, que desferiu diversos golpes em sua face, inclusive, com algum objeto nas mãos. Ele ainda disse que o ex-lutador o fazia sob a supervisão de Carioca, que ficou ao lado observando as agressões — o que indica que Maguila teria sido orientado a lhe agredir.

De acordo com o ambulante, Maguila só parou as agressões porque foi segurado por populares e demais vendedores.

Veja:

Procurada, a assessoria do Espaço Unimed afirma que o incidente ocorreu na frente da casa e os profissionais envolvidos não trabalham no local. A casa disse, ainda, que “reprova veementemente qualquer forma de violência”.

O Metrópoles tenta contato com Adenilson Lima dos Santos, sem sucesso. O espaço segue aberto. O Instituto Adilson Maguila também foi procurado e respondeu que não irá falar referente ao ocorrido, “peço que respeitem”. A nota é assinada pela viúva do ex-boxeador, morto em 24/10, Irani Pinheiro.

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