Valéria Bolsonaro assume pasta da Mulher sem saber quanto dinheiro tem
Nova secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio de Freitas, Valéria Bolsonaro assume pasta sem detalhar objetivos de gestão
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — Empossada no cargo de secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta segunda-feira (6/5), a deputada estadual Valéria Bolsonaro (PL) evitou apresentar propostas para a área durante sua gestão e não soube dizer qual o orçamento que terá neste ano.
Valéria Bolsonaro assumiu a secretaria, cuja criação foi uma prometida na campanha pelo governador, no lugar de Sonaira Fernandes (PL), ex-assessora do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). Sonaira é vereadora eleita da capital e retornou à Câmara Municipal no mês passado para poder disputar a reeleição.
A mudança trocou uma representante do bolsonarismo por outra, mantendo o mesmo espaço do grupo no governo Tarcísio, que é afilhado político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na cerimônia de posse, ocorrida na tarde desta segunda-feira, no Palácio dos Bandeirantes, Valéria evitou fazer compromissos de gestão e disse, de forma genérica, que irá “honrar a confiança, com toda a dedicação, ao trabalho de todas as mulheres”.
Ela disse ainda que irá defender a dignidade das mulheres e garantir o “acolhimento contra qualquer tipo de violência”.
Tarcísio, que discursou no evento após a fala da nova secretária, lembrou que a pasta foi alvo de críticas no ano passado por não ter um orçamento próprio. Como o órgão não existia, não havia dotações exclusivas para ele no orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa (Alesp) em 2023 — o orçamento para 2024 é de R$ 24,5 milhões.
“As pessoas não entendiam que a secretaria tem uma atuação transversal”, disse o governador.
Após os discursos, porém, ao ser abordada pelos jornalistas, Valéria foi questionada sobre quais seriam as primeiras medidas que tomaria.
“[As] primeiras medidas que a gente está tomando… [são] tomar pé da secretaria, para que gente continue o legado deixado, continue trabalhando junto ao governador, e à nossa primeira-dama, e dar continuidade ao trabalho da secretaria. É isso que nós vamos fazer”, disse a nova secretária.
Ela foi questionada sobre qual seria o orçamento que teria para executar suas políticas e se esquivou.
“Olha, nós estamos tomando pé e como vocês devem ter ouvido o governador, a secretaria tem um papel transversal. Então, a gente gastar o dinheiro das outras secretarias vai ser uma bênção. Vai dar tudo certo”, disse.
Diante das respostas evasivas, os jornalistas insistiram por alguma ação concreta a ser proposta pela deputada.
“Nós estamos com vários projetos novos, trabalhando com várias frentes, estamos conversando, sentando com todos os secretários justamente para que a gente possa fazer esse trabalho de parceria para que todas as mulheres do estado de São Paulo sejam atendidas”, concluiu, antes de ser retirada de perto dos jornalistas pelos assessores.
Desenvolvimento Social
A cerimônia desta segunda-feira também marcou a posse da economista Andrezza Rosalém Vieira como secretária de Desenvolvimento Social. Gestora de perfil técnico, ela assume o lugar de Gilberto Nascimento Júnior, que, assim como Sonaira, retomou seu mandato de vereador na capital para disputar a reeleição.
Em seu discurso, Andrezza apresentou dados sobre o tamanho da infraestrutura de atendimento de sua secretaria, trouxe estatísticas sobre as vulnerabilidades sociais do estado e destacou a melhora nos índices de pobreza em São Paulo nos últimos anos, que ainda atinge 16,5% da população.
“O principal para a construção e execução de políticas de desenvolvimento social é compreender que tratamos de demanda de pessoas — e esse é o ponto de sucesso — muitas vezes vulneráveis, desempregadas e em famílias desestruturadas. Este é nosso trabalho. Diagnosticar diferenças, necessidades e potencialidades”, afirmou.