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“Vai ser péssimo”, diz Macron sobre acordo entre Mercosul e UE

Macron tem sido um dos maiores opositores da celebração de um acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, discutido há 20 anos

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1 de 1 imagem colorida do presidente Macron - metrópoles - Foto: Corbis/Getty Images

São Paulo – O presidente francês Emmanuel Macron voltou a dizer publicamente ser contrário ao acordo de livre-comércio entre o Mercosul e União Europeia (UE), que é discutido há mais de 20 anos, durante evento em São Paulo na tarde desta quarta-feira (27/3).

Em viagem oficial ao Brasil pela primeira vez, ele participou, nesta tarde, do Fórum Econômico Brasil-França, na Fiesp, junto do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministro do Desenvolvimento, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

“Não quero dizer besteira, mas o Mercosul, tal como está sendo negociado atualmente, vai ser um péssimo acordo para vocês e para nós também, porque foi negociado há 20 anos”, disse o presidente francês.

Mais cedo, no mesmo evento, Haddad havia dito que tinha esperanças de que o acordo fosse fechado em breve. No entanto, a França tem sido a principal força de oposição para não celebrar o tratado.

“É preciso reconstruir [o acordo] pensando o mundo como ele é atualmente, por enquanto não está sendo considerado. Esse acordo não pode ser defendido, eu não o defendo”, disse Macron.

O presidente francês também defendeu que um novo acordo fosse construído “iluminado por objetivos” e com cláusulas permitindo reciprocidade entre a União Europeia e o Mercosul.

Inicialmente, a equipe do presidente francês não esperava que Macron tratasse sobre o Mercosul no encontro desta tarde. Ele se reuniu com empresários brasileiros, entre eles representantes do BTG.

Segundo assessores ligados a Macron, a ideia era que o tema fosse discutido apenas nesta quinta-feira (28/3), durante agenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília.

Macron no Brasil

O presidente francês desembarcou na capital paulista na tarde desta quarta após agendas junto a Lula em Belém e em Itaguaí, no Rio de Janeiro.

Mais cedo, ele e o presidente brasileiro firmaram uma parceria de 1 bilhão de euros (cerca de R$ 5,3 bilhões) para estimular investimentos em projetos de bioeconomia na Amazônia brasileira e na Guiana Francesa nos próximos quatro anos.

Em São Paulo, após o evento na Fiesp, Macron participará da inauguração de um centro de pesquisa na Universidade de São Paulo (USP), em parceria entre a instituição de ensino e o Instituto Pasteur.

Depois é previsto um jantar com artistas brasileiros e personalidades da área cultural na região da Avenida Paulista. Um passeio pela via, inicialmente divulgado, foi descartado pela equipe de segurança de Macron.

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