Vacina contra chikungunya: Butantan recruta voluntários para testes
Instituto Butantan está recrutando adolescentes de 12 a 17 anos para testes da vacina contra chikungunya em nove cidades brasileiras
atualizado
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São Paulo – O Instituto Butantan está recrutando voluntários, com idade de 12 a 17 anos, para testar a vacina com vírus atenuado contra chikungunya.
Os testes estão ocorrendo em centros de pesquisa localizados em nove cidades: São Paulo (SP), São José do Rio Preto (SP), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Recife (PE) e Laranjeiras (SE).
Os voluntários precisam da autorização de seus responsáveis legais para participarem do estudo. Os adolescentes cadastrados passarão por uma triagem clínica com base no histórico médico, exame físico e testes laboratoriais.
Vacina contra chikungunya
A vacina contra chikungunya, conhecida internacionalmente como VLA1553-321, foi desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Valneva Áustria Gmb.
Atualmente, o imunizante passa por ensaio clínico de fase 3 para avaliar a segurança e o imunogenicidade – capacidade de gerar resposta imune. O objetivo é testar a vacina em 750 jovens que vivem em áreas onde a doença é considerada endêmica.
Os estudos de fase 1, 2 e 3 foram realizados em 44 locais dos Estados Unidos. Os testes feitos até o momento envolveram voluntários maiores de 18 anos. A vacina apresentou bons parâmetros de segurança e soroproteção de 98,5% em adultos e idosos que receberam a dose única.
Aprovação da Anvisa
De acordo com Eolo Morandi, gestor médico de desenvolvimento clínico do Instituto Butantan, essa testagem com adultos e, agora, a pesquisa com adolescentes poderão ser suficientes para a avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em uma possível aprovação da vacina no Brasil.
“O registro concedido pela Anvisa já poderá contemplar a população adolescente no momento da aprovação”, afirmou Morandi, que é um dos coordenadores do estudo clínico.
O vírus chikungunya é transmitido pelo Aedes aegypti e pode causar sequelas incapacitantes e até mesmo levar à morte. O Brasil tem a maior incidência de casos de chikungunya das Américas, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).