USP quer adotar nova forma de ingresso de alunos de escolas públicas
Conselho Universitário da USP aprovou protocolo de intenções com Secretaria da Educação para atrair alunos da rede pública à universidade
atualizado
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São Paulo – O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP) aprovou, nessa terça-feira (28/6), o projeto de uma avaliação seriada, destinada aos estudantes do 1º, 2º e 3º anos das escolas públicas estaduais, como nova forma de ingresso na universidade. A proposta, chamada de Prova Paulista, prevê uma parceria com a Secretaria de Estado da Educação.
O projeto também prevê a adesão da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) ao protocolo de intenções.
De acordo com a USP, para 2023 (com ingresso em 2024), a universidade deverá oferecer 1.500 vagas, das quais 555 serão destinadas para estudantes pretos, pardos e indígenas. Essas vagas serão redistribuídas do total das vagas oferecidas para alunos de escolas públicas na Fuvest e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) USP.
Neste primeiro ano de implementação do programa, serão considerados os 360 mil alunos matriculados no 3º ano do ensino médio em São Paulo, mas a proposta é que, para o próximo ano, sejam incluídas as demais séries.
Interesse de alunos
O pró-reitor de graduação da USP, Aluísio Segurado, disse que um dos principais desafios da universidade é aumentar o interesse do estudante da rede pública a ingressar na USP. Segundo ele, apenas 16% dos 400 mil alunos que concluíram o ensino médio público fizeram o Enem em 2023 e, em média, 8,7% desses concluintes se inscreveram no vestibular da Fuvest nos últimos cinco anos.
Para garantir a permanência desses estudantes na universidade, a idéia é que a Secretaria de Estado da Educação ofereça uma bolsa de estudos a alunos com necessidades socioeconômicas. Inicialmente, o valor do auxílio deverá ser de R$ 800 mensais.
A parceria com a Secretaria prevê também o oferecimento de estágio remunerado para estudantes dos 28 cursos de Licenciatura da USP na rede pública de ensino, no valor de R$ 2.100 mensais.
Procurada pelo Metrópoles para comentar o projeto da Prova Paulista, a Secretaria de Estado da Educação informou, por meio de nota, que “os alunos do ensino médio poderão ingressar em universidades paulistas utilizando a nota obtida no Provão Paulista”.
Segundo a nota, a prova será seriada e aplicada para os alunos de todas as séries do ensino médio. “Mas, já neste ano, em novembro, os resultados da avaliação poderão ser usados para efeitos de ingresso nas universidades estaduais paulistas”, diz a nota da secretaria.
Por fim, o órgão esclareceu que, no próximo ano, será utilizada uma nota acumulada, das provas feitas na segunda e terceira série do ensino médio. “A partir de 2025, serão consideradas as avaliações nas três séries.”