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USP fecha alojamento sob arquibancada e deixa alunos sem moradia

Estudantes aguardavam vaga em moradia estudantil, mas nem todos foram contemplados; aluno diz que vai “vender paçoca” para sobreviver

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Valentina Moreira/Metrópoles
Porta embaixo de arquibancada
1 de 1 Porta embaixo de arquibancada - Foto: Valentina Moreira/Metrópoles

São Paulo — A Universidade de São Paulo (USP) fechou, na sexta-feira (17/5), o alojamento onde 57 alunos estavam morando de forma provisória no Centro de Práticas Esportivas (Cepe) do campus localizado no Butantã, zona oeste da capital.

Os alunos se mudaram para o local à espera de uma vaga de moradia estudantil no Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp). Agora, parte deles precisou encontrar um novo lugar para morar.

O alojamento, que estava ocupado desde fevereiro deste ano pelos estudantes, é dedicado a abrigar atletas por curtos períodos de tempo e está com problemas de infraestrutura.

Antes do seu fechamento, a USP concedeu dois tipos de benefício aos alunos: 27 deles foram atendidos com a vaga no Crusp e receberão o auxílio parcial de R$ 300. Outros 26 estudantes conseguiram o auxílio-aluguel, no valor R$ 800. Quatro deles não foram contemplados com nenhum auxílio.

Apesar dos problemas de mofo, infiltrações e falta de ventilação do local, os estudantes fizeram um protesto na sexta-feira, pedindo que a USP não fechasse o espaço. Segundo eles, aqueles que ficaram sem vaga no local, seja porque conseguiram o auxílio aluguel, seja porque não foram contemplados com nenhuma bolsa, terão problemas para conseguir uma nova moradia em São Paulo.

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Alojamento fica embaixo de arquibancada
Instalações estão antigas e apresentam desgastes
Lucas Nery, de 18 anos
Alojamento seria solução provisória
Alunos reclamam de problemas com o mofo
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Cada quarto tem 9 beliches, que somam 18 camas

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Alojamento fica embaixo de arquibancada

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Instalações estão antigas e apresentam desgastes

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Lucas Nery, de 18 anos

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Alojamento seria solução provisória

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Alunos reclamam de problemas com o mofo

Arquivo Pessoal/Lucas Nery

Dyllan Souza, de 23 anos, faz parte do grupo de alunos que recebeu R$ 800, mas que estava dormindo no local porque o dinheiro não seria suficiente para mantê-lo na capital.

Ele veio de Itanhaém para cursar letras na universidade e conta que, depois do fechamento do espaço, precisou dormir, de forma irregular, com amigos que vivem na moradia estudantil. Foram três noites na casa de conhecidos até encontrar um lugar definitivo nessa terça-feira (21/5).

Aluno pensa em “vender paçoca”

“A pensão que eu consegui vai custar R$ 700, então vou ter apenas R$ 100 para outras despesas. O pessoal dos Centros Acadêmicos deve ajudar a gente com algum auxílio e estou pensando em aproveitar os finais de semana para  vender paçoca, ou qualquer coisa assim no parque, e tentar mais algum dinheiro”, relata Dyllan.

Ao longo dos quatro meses que os estudantes ficaram no alojamento que fica sob uma arquibancada, a USP revisou a concessão de benefícios aos alunos. A princípio, o número de contemplados com as vagas na moradia subiu de 8 para 26, enquanto o número de alunos sem nenhum auxílio caiu pela metade.

Em nota ao Metrópoles, a USP defende que os alunos que deixaram os alojamentos do CEPE “não estão desamparados” e que “seguem em contato com a equipe de assistentes sociais do campus”.

A Universidade disse, ainda, que os estudantes estão aptos a se candidatarem a outras bolsas e que a lista que dá acesso à moradia “leva em conta critérios socioeconômicos públicos, transparentes e amplamente conhecidos”.

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