USP vai diplomar e homenagear 15 estudantes mortos na ditadura militar
A USP concederá diplomas a 15 alunos mortos pela ditadura que não terminaram os estudos. Ao todo, 31 estudantes são homenageados em projeto
atualizado
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São Paulo — Quinze alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) que foram mortos durante a ditadura militar serão diplomados no dia 26 de agosto. A iniciativa faz parte do projeto Diplomação da Resistência, que busca homenagear, ao todo, 31 estudantes da universidade.
O projeto teve como primeiros homenageados Alexandre Vannucchi Leme e Ronaldo Queiroz, alunos do Instituto de Geociências, na década de 1970, e militantes do movimento estudantil da Universidade, em cerimônia realizada no dia 15 de dezembro de 2023.
Entre os 15 estudantes que foram mortos pela ditadura militar e que serão diplomados pela FFLCH está Maria Regina Marcondes Pinto, que cursava Ciências Sociais e trabalhava como bancária. Ela foi companheira do hoje sociólogo Emir Sader, e atuou junto a ele na França, no Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), no Chile e depois em Buenos Aires, na Argentina, onde desapareceu em 1976.
“A USP vai entregar diplomas pos-mortem aos estudantes que nao conseguiram terminar o curso pela ditadura. Vou receber pela Maria Regina, minha ex companheira. Dia 26/8”, escreveu Sader no X, antigo Twitter.
Para Paulo Martins, professor e diretor da FFLCH, o momento tem uma importância simbólica.
A cerimônia será no Auditório Nicolau Sevcenko, no campus do Butantã, na zona oeste de São Paulo.