Universidades públicas de SP aceleram forma de ingresso no doutorado
USP e outras 5 universidades públicas de SP assinaram protocolo que permite ingresso no doutorado após um ano de mestrado
atualizado
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São Paulo — A partir do ano que vem, seis universidades públicas de São Paulo vão adotar mudanças no modelo de seus cursos de pós-graduação com o objetivo de flexibilizar os estudos de mestrado e doutorado. Um protocolo de intenções foi assinado pela Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do ABC (UFABC) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) na última segunda-feira (11/11).
A ideia é ter “uma pós-graduação mais atrativa, diversificada e compatível com as demandas da sociedade”, diz nota publicada pela USP. Com o novo modelo, será possível ingressar no doutorado após um ano de mestrado (entenda abaixo).
A proposta para o novo modelo é que, nos primeiros 12 meses da pós-graduação, o aluno frequente disciplinas da matriz curricular do curso, formativas e interdisciplinares, além de construir um projeto de pesquisa e identificar um orientador.
Os programas também deverão oferecer modelos formativos ligados à inovação, ao empreendedorismo, à inserção social e às atividades industriais ou públicas, com a atuação direta em empresas ou em órgãos estatais.
Ao final desta primeira etapa do mestrado, os estudantes submetem-se ao exame de qualificação para verificar a aquisição de conhecimentos e a avaliação do projeto de pesquisa. Se aprovado no exame, o aluno terá duas possibilidades: prosseguir no mestrado para concluí-lo em mais um ano, ou converter o mestrado em doutorado, que deverá ser concluído em até quatro anos.
O modelo de pós-graduação hoje adotado pelas instituições foi criado em 1965. “Nesses 60 anos de vigência, o mundo mudou, o sistema de ensino superior mudou e algumas adaptações tornaram-se necessárias. Uma delas é o tempo da pós-graduação. Atualmente, o tempo médio para titulação no Brasil é de 9,5 anos, porque há um hiato entre o mestrado e o doutorado”, explicou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
“Esse acordo representa um esforço conjunto para atrair mais candidatos ao doutorado, reduzir a média de idade dos doutores formados e dinamizar e qualificar os programas de pós-graduação das universidades envolvidas. A aplicação de recursos na formação de pessoas qualificadas em pesquisa não é gasto, é investimento”, afirmou o diretor de Programas e Bolsas da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Luiz Antonio Pessan.
Financiamento
De acordo com o protocolo assinado pelas universidades paulistas, a Capes se compromete a conceder a bolsa de doutorado aos alunos bolsistas de mestrado que optarem pela mudança de nível e concederá uma bolsa de pós-doutorado para os programas que efetivarem uma ou mais mudanças de nível de mestrado para doutorado.
Já a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) se compromete a complementar o valor das bolsas de doutorado e de pós-doutorado concedidas pela Capes, de forma a equipará-las ao valor oferecido por suas bolsas equivalentes.
A expectativa é que, já no primeiro semestre de 2025, seja possível o ingresso de estudantes em programas de pós-graduação reestruturados de acordo com o novo modelo.
O prazo de vigência do protocolo de intenções será de cinco anos.