“Um dos grandes erros da minha vida”, diz Feder sobre recusa de livros
Secretário de Educação do governo Tarcísio, Renato Feder havia recusado livros didáticos do MEC para utilizar conteúdo 100% digital
atualizado
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São Paulo – O secretário de Educação do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), Renato Feder, afirmou que a recusa de livros didáticos nas escolas estaduais a partir do 6º ano foi um de seus maiores erros.
Durante reunião do Conselho Estadual de Educação, na manhã dessa quarta-feira (27/9), Feder mencionou que, em agosto, ele foi cercado “por uma nuvem preta” após ter anunciado a recusa da pasta em utilizar os livros didáticos fornecidos pelo Ministério da Educação (MEC) por meio do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD).
“Foi uma decisão errada que eu tomei em relação ao PNLD, pela não adesão. O que foi um erro. Na verdade, foi um dos grandes erros da minha vida”, disse o secretário.
No lugar dos livros, a secretaria de Educação pretendia utilizar conteúdo próprio e digital para os estudantes. Como justificativa, Feder disse que o material didático do MEC não permitia anotações e precisava ser devolvido ao fim do ano.
A medida foi criticada por professores e especialistas em educação, além de ter motivado cobranças por parte de parlamentares da oposição, da Defensoria Pública e a abertura de um inquérito no Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Após a Justiça paulista determinar que governo comprasse os livros, a gestão Tarcísio recuou e anunciou a adesão ao PNLD.
“Eu recuei, vi que a missão não era inteligente, não era correta”, disse Feder.
Slides de Feder continham informações erradas
Em agosto, foi publicado que trechos da apostila digital distribuída pelo governo para ser utilizada pelos estudantes da rede pública de São Paulo continham diversos erros.
O conteúdo incluía textos que afirmavam que a cidade de São Paulo tem praias, que a lei Áurea foi assinada por D. Pedro II e que doenças como Parkinson e Alzheimer são transmitidas por água contaminada.
No início de setembro, a Justiça determinou que a secretaria retirasse o material didático do ar, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia em caso de desobediência. Após o episódio, Tarcísio exonerou o coordenador pedagógico da pasta.