Túnel para desafogar “marcha dos pinguins” no metrô segue no papel
Túnel entre as estações Consolação e Paulista teve início de obra autorizado em outubro, mas, sete meses depois, ainda não saiu do papel
atualizado
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São Paulo — O túnel projetado para acabar com a chamada “marcha dos pinguins” no metrô de São Paulo, a aglomeração de passageiros na ligação entre as estações Consolação e Paulista, teve o início das obras autorizado no fim de outubro, mas, até agora, sete meses depois, não há qualquer sinal de escavação.
A ligação atual entre as linhas 2-Verde e 4-Amarela recebe um fluxo intenso de passageiros, que se aglomeram em um único túnel e mal conseguem caminhar nos horários de pico. Uma segunda passagem foi planejada para desafogar quem se desloca entre as duas estações pelo subterrâneo.
No fim de outubro, o ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB) autorizou a emissão da primeira ordem de serviço para o consórcio Conexão Paulista/Consolação, responsável pela obra orçada em mais de R$ 60 milhões.
Preparativos para a escavação e montagem de canteiro de obras estavam no cronograma, que previa também o planejamento em relação ao trânsito e às redes de infraestrutura da região. Da obra propriamente, nada foi feito até agora e o prazo de 36 meses para a conclusão do túnel ainda nem começou a contar.
Quando concluído, o que deve acontecer no fim de 2026, na melhor das hipóteses, o túnel terá capacidade para receber 18 mil pessoas por hora. Serão cerca de 90 metros de extensão, escavados a uma profundidade entre 20 e 25 metros.
A obra deverá provocar impacto na região. A construção de um poço, a partir do qual deverá começar a escavação do túnel, tomará parte da calçada da Avenida Paulista, entre as ruas Bela Cintra e Consolação.
O que diz o Metrô
Questionado pelo Metrópoles, o Metrô afirmou que a construção do túnel está na fase final de obtenção da licença de instalação do canteiro de obra que será montado na Avenida Paulista, para o início das escavações.
Segundo a companhia, a nova passagem vai ampliar em 60% a capacidade da conexão entre as estações, melhorando a distribuição do fluxo de passageiros.