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Trocas na cúpula da PM fortalecem grupo bolsonarista dentro da tropa

Governo de SP trocou 34 coronéis da PM, incluindo cúpula, e fortaleceu bolsonaristas próximos ao secretário da Segurança, Guilherme Derrite

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Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP
Imagem colorida mostra Guilherme Derrite, homem grisalho, branco, de terno cinza, recebendo uma medalha de um oficial fardado da PM - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Guilherme Derrite, homem grisalho, branco, de terno cinza, recebendo uma medalha de um oficial fardado da PM - Metrópoles - Foto: Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP

São Paulo — As mudanças promovidas na cúpula da Polícia Militar (PM) de São Paulo nessa quarta-feira (21/2) devem fortalecer ainda mais a ideologia bolsonarista dentro da tropa. O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) trocou, de uma só vez, 34 dos 63 coronéis em posição de comando, o que abriu uma crise na corporação.

Coronéis alinhados com as posições do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, passam a comandar postos-chave na PM, em detrimento de grupo que defende, por exemplo, a ampliação do uso das câmeras corporais e métodos menos violentos do que aqueles adotados nas operações do litoral paulista, alvos de denúncias e até apelação à Organização das Nações Unidas (ONU).

Uma das trocas mais polêmicas foi justamente a saída do subcomandante José Alexander de Albuquerque Freixo, número 2 da corporação, para a entrada de José Augusto Coutinho, que cuidava do Comando de Policiamento de Choque, para o qual responde a Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).

Freixo é tido por coronéis como defensor do uso das câmeras corporais por parte de policiais e contrário à forma de atuação da tropa na Baixada Santista — são 44 mortes entre 26 de janeiro e esta quarta. Já Coutinho seria alguém mais próximo e alinhado a Derrite.

O secretário também teria influenciado a troca em uma posição estratégica da corporação, o Centro de Inteligência da Polícia Militar (CIPM), que tem interlocução direta com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) em ações como apreensão de drogas, por exemplo.

A chefia do CIPM estava a cargo de João Luis Mingheti Costa, que agora dará lugar a Pedro Luís de Souza Lopes.

No ano passado, em meio à Operação Escudo, que resultou em 28 mortos em supostos confrontos com a PM na Baixada Santista, foi Lopes o responsável por anunciar que 400 câmeras corporais seriam remanejadas para Batalhões de Trânsito da capital, mesmo com pedidos para que fossem adotadas por policiais envolvidos nas ocorrências violentas no litoral paulista.

Lopes também disse na ocasião que a decisão era anterior à Operação Escudo. “Não há relação entre uma coisa e outra. Não é a polêmica que vai determinar qual a prioridade da distribuição dos recursos disponíveis para a segurança do público em geral.”

Secretário bolsonarista

Derrite deixou a PM como capitão, em 2018, para lançar candidatura a deputado federal com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foi eleito na ocasião e reeleito 2022 — está licenciado do cargo. O secretário é alinhado à ala mais radical do bolsonarismo.

Em 2015, por exemplo, em áudio tornado público pela Ponte Jornalismo, Derrite criticou o comando da PM por transferir oficiais envolvidos em ocorrências com morte, ao falar sobre o destino do colega Rafael Telhada, filho de Paulo Telhada, coronel da reserva símbolo da linha-dura.

Na ocasião, disse ser “vergonhoso” policial não ter envolvimento em ao menos três mortes após cinco anos de rua. Mais recentemente, disse não ter orgulho das mortes nas quais se envolveu.

O áudio de 2015 levou Derrite a ficar preso por um dia na Corregedoria da PM por criticar o comando da corporação.

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