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Troca de etiqueta: casal ficará preso na Turquia até audiência em maio

Julgamento de casal líbio-brasileiro preso na Turquia terá nova audiência em 21 de maio; defesa alega troca de etiquetas de malas

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foto colorida do líbio Ahmed Hasan à espera de bagagem no aeroporto - Metrópoles
1 de 1 foto colorida do líbio Ahmed Hasan à espera de bagagem no aeroporto - Metrópoles - Foto: Reprodução/TV Globo

São Paulo — O casal líbio-brasileiro Ahmed Hasan e Malak permanecerá preso na Turquia até 21 de maio, quando será realizada uma nova audiência de testemunhas do caso. Nesta quinta-feira (7/3), funcionários da alfândega do Aeroporto de Istambul foram ouvidos pela Justiça turca. A ausência de um deles motivou os juízes a marcarem uma nova data para ouvi-lo, informou a advogada Luna Provázio, que faz a defesa do casal no Brasil, ao Metrópoles.

Os dois tiveram as etiquetas das malas trocadas e colocadas em bagagens que seguiram para a Turquia com 43 quilos de cocaína. A alteração das etiquetas teria ocorridoo no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, região metropolitana do estado, em outubro de 2022.

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O libio Ahmed Hasan teve as etiquetas com seu nome e de sua esposa colocadas em bagagens com cocaína no Aeroporto de SP
Etiquetas trocadas no caso do empresário líbio Ahmed Hasan, que foi preso acusado injustamente por tráfico; as etiquetas com seu nome foram trocadas no Aeroporto de Guarulhos
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O libio Ahmed Hasan teve as etiquetas com seu nome e de sua esposa colocadas em bagagens com cocaína no Aeroporto de SP

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O libio Ahmed Hasan teve as etiquetas com seu nome e de sua esposa colocadas em bagagens com cocaína no Aeroporto de SP

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Etiquetas trocadas no caso do empresário líbio Ahmed Hasan, que foi preso acusado injustamente por tráfico; as etiquetas com seu nome foram trocadas no Aeroporto de Guarulhos

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Segundo a advogada, um dos funcionários da alfândega turca disse que ouviu alguns “boatos” de que esse crime de troca de etiquetas acontece no Brasil, mas que não recebeu nenhuma informação da Polícia Federal brasileira ou da Interpol confirmando que essas trocas de etiquetas já aconteceram outras vezes.

“A impressão que temos é que eles realmente não entendem que seria possível que criminosos trocassem etiquetas no Aeroporto de Guarulhos sem que a etiqueta se rasgasse. Inclusive, uma das perguntas feitas ao funcionário da alfândega era se a etiqueta estava em mau estado e ele disse que ‘sim, mas não estava rasgada’”, afirmou Luna.

“As etiquetas, hoje em dia, possuem um papel que realmente não rasga. Você consegue descolar e recolocar sem rasgá-la. Isso é um problema. O papel a ser utilizado pelas companhias aéreas precisam ser aqueles que, caso alguém tente manipular, ele se rasgue por completo”, completou a advogada.

A representante do casal disse também que o tribunal solicitou mais exames de DNA nas bagagens com cocaína, “embora já tenha sido realizado teste e não foram identificadas as digitais deles nas malas”.

O Metrópoles questionou a Polícia Federal (PF) sobre a atuação da corporação junto às autoridades turcas, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

Troca de etiquetas

Em outubro de 2022, Ahmed e Malak viajaram de São Paulo para Istambul. Eles desembarcaram, pegaram suas malas e deixaram o local normalmente. Alguns dias depois, foram para a Líbia.

Em maio de 2023, ao viajar sozinho para a Turquia, Ahmed foi detido. A mulher, que na ocasião estava na Líbia, foi ao encontro do marido e acabou também detida pelas autoridades turcas. As malas com os 43 quilos da droga e com as etiquetas que tinham o nome deles haviam sido despachadas de Guarulhos no dia 26 de outubro de 2022 — quatro dias depois de o casal ter deixado o Brasil. Quando as bagagens com as etiquetas trocadas chegaram a Istambul, foram interceptadas pela polícia turca.

O casal é considerado inocente pela Polícia Federal brasileira e não há inquérito policial nem processo contra eles no Brasil.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Istambul, disse que acompanha o assunto “com atenção e presta assistência consular aos nacionais brasileiros desde julho de 2023”.

“A assistência é prestada pelas autoridades consulares brasileiras conforme as circunstâncias específicas do caso, em que os envolvidos também possuem nacionalidade turca, ou seja, estão detidos em país do qual são cidadãos. Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não fornece informações específicas sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros”, afirma o texto.

Além das nacionalidades líbia e brasileira, o casal também tem cidadania turca.

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