Quatro são presos sob suspeita de matar ex-modelo carbonizada em SP
Polícia deteve mulher e travesti que teriam executado a vítima, além de dois homens envolvidos no crime, segundo apontam investigações
atualizado
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São Paulo – A polícia prendeu na manhã desta quarta-feira (1º/3) a travesti Julia, de 24 anos, que confessou ter ajudado a matar a ex-modelo Aline Laís Lopes, de 34 anos, encontrada carbonizada em Cotia, Grande São Paulo, no último dia 25. Além dela, também foi preso nesta quarta Paulo Lamartine Pereira Alexandria.
Para a polícia, Julia afirmou que, a pedido de Micheli de Andrade Ferraz, atraiu a vítima até o Cotia Hall, casa de shows desativada, conhecida na região como “Cracolândia de Cotia”. A travesti acrescentou à polícia que, antes do assassinato, ela e Micheli usaram drogas com a ex-modelo, no dia 23.
O relato dela segue afirmando que Michele estrangulou a vítima, com um cadarço, até a matar Aline. Para isso, Julia admitiu ter segurado os braços da ex-modelo, para que ela não reagisse.
As investigações da Polícia Civil indicam que o motivo do homicídio seria ciúmes. Aline teria sido flagrada mantendo relações íntimas, em troca de drogas, com o marido de Micheli, Paulo Lamartine Pereira Alexandria, também dependente químico.
A ex-modelo era usuária de crack havia seis anos e, ultimamente, evitava ir ao local onde foi morta, por medo de ser agredida.
Além da travesti, também estão presos Igor Santos de Moraes, que teria levado o que restou do corpo, em um carrinho de supermercado, até uma passarela na avenida Professor José Barreto, no Jardim Josemar. O corpo foi localizado dois dias após o crime.
Micheli também foi presa nessa terça-feira (28/2). Segundo documento da Delegacia Seccional de Carapicuíba, ela apresentou “extremo nervosismo” quando foi abordada por policiais.
Em um primeiro momento, ela atribuiu o homicídio de Aline ao companheiro, Paulo Lamartine Pereira Alexandria e à travesti Julia, negando qualquer participação no crime. “Logo após mudou sua narrativa e passou a ofertar versões diversas e consequentemente conflitantes, imputando os fatos a terceiros em uma clara tentativa de isentar-se da culpabilidade”, diz trecho de relatório policial ao qual o Metrópoles teve acesso.
A polícia solicitou à Justiça a prisão temporária do quarteto. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) se negou a dar informações sobre a decisão, “para não atrapalhar as investigações.”
Nenhum advogado dos quatro presos havia sido localizado até a publicação desta reportagem. O espaço segue à disposição.
Vício
Em depoimento dado à polícia, a irmã da ex-modelo contou que Aline era usuária de crack havia seis anos e que vivia nos faróis pedindo esmola, além de se prostituir, para manter o vício.
Ela disse que último contato de Aline com a família havia sido na quarta-feira passada (22/2).
Já o padrasto da vítima afirmou, também em depoimento, que Aline vinha vivendo em situação de rua nos últimos tempos em razão da dependência química.
Ainda segundo a irmã, Aline foi internada em clínicas de reabilitação por diversas vezes durante os anos de vício. A ex-modelo deixou um filho de um ano e quatro meses, que é cuidado pela avó materna.