“Tribunal do PCC”: seis membros da facção recebem penas de 418 anos
Integrantes do PCC foram denunciados na Operação Antígona, do MPSP, por realizar os chamados “tribunais do crime” em Ribeirão Preto (SP)
atualizado
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São Paulo – Seis integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram condenados na Justiça de São Paulo por realizar “tribunais do crime” em Ribeiro Preto, no interior paulista. As penas somam mais de 418 anos de prisão.
Também chamado de “tabuleiro do PCC”, o “tribunal do crime” é um procedimento estabelecido pela facção para julgar e executar sumariamente inimigos ou pessoas que violam o seu estatuto. As sentenças vão desde espancamento à pena de morte.
A prática criminosa foi alvo da Operação Antígona, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em 2017, que denunciou, ao todo, nove pessoas.
Os acusados estariam ligados à cúpula do PCC em Ribeirão Preto e seriam responsável por organizar e executar os “tabuleiros”.
Julgamentos
No Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), os julgamentos desses réus foram desmembrados em cinco júris populares, realizados entre 2021 e 2023. O último júri aconteceu na terça-feira (30/5).
Os integrantes do PCC responderam por crimes de homicídio, cárcere privado, ocultação de cadáver e organização criminosa. Há ao menos uma mulher entre os condenados. As penas recebidas foram de 51 a 102 anos de prisão.
A investigação, conduzida pelos promotores Marcos Rioli e Giullio Chieregatti Saraiva, começou após um vídeo em que três integrantes do PCC executavam um rival a golpes de podão, tipo de facão de lavoura.
Alguns denunciados portavam manuscritos e documentos como anotações sobre os “tribunais do crime”, além de roupas e armas utilizadas nas execuções.