“Tratei com respeito”, diz GCM preso acusado de tortura com sexo oral
Em vídeo gravado antes de ser preso, GCM Gabriel Marques afirma ser inocente e diz ter prestado apoio a mãe de jovem
atualizado
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São Paulo — Um dos seis guardas municipais (GCMs) acusados de obrigar jovens a fazerem sexo oral entre si durante uma abordagem em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, gravou um vídeo antes de ser preso, em que afirma ter tratado os rapazes “com todo o respeito” e nega a prática de tortura.
Gabriel Marques de Souza se entregou à polícia no último dia 15. Na gravação, ele diz que, no dia da ocorrência, prestou apoio à mãe de um dos jovens, que estava desesperada.
“No dia em que eu apreendi as motocicletas lá nesse parque onde os jovens estavam empinando, a mãe viu o respeito que eu tratei ela. Ela chegou até um pouco nervosa, desmaiou no meu pé. […] Eu expliquei para ela que o filho dela não ia ser preso, que ele só ia tomar as multas na moto devido ao ato que ele cometeu. Tratei com todo o respeito, com toda a educação. Essa mãe sabe disso”, diz o GCM.
Assista:
A abordagem teria ocorrido em maio, enquanto os jovens estavam empinando motos e não usavam capacetes. Segundo as vítimas da suposta tortura, os agentes usaram pedaços de madeira para agredi-las e ameaçá-las a fazer sexo oral. Eles teriam dado risada enquanto assistiam às cenas.
No vídeo, o GCM Gabriel Marques diz que a abordagem seguiu o padrão da corporação. “Os meninos foram orientados, todos receberam o CR, que é o comprovante de recolhimento. Foi orientado o dia que eles teriam que retirar a moto”, disse.
O guarda afirma que é inocente e que realizava trabalhos voltados para jovens em comunidades. “Muitos se espelham em mim como uma pessoa boa, uma pessoa de respeito. É isso que eu prego, respeito”, afirmou.