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Tragédia em SP: VoePass acumula reclamações e processos na Justiça

A empresa do avião que caiu em Vinhedo matando 62 pessoas acumula mais de 150 processos na Justiça e quase 900 reclamações em site

atualizado

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Detritos estão no local da queda de um avião no estado brasileiro de São Paulo (vista aérea por drone). As autoridades brasileiras tentam descobrir exatamente o que causou a queda do avião do dia anterior, em que morreram todas as 62 pessoas a bordo
1 de 1 Detritos estão no local da queda de um avião no estado brasileiro de São Paulo (vista aérea por drone). As autoridades brasileiras tentam descobrir exatamente o que causou a queda do avião do dia anterior, em que morreram todas as 62 pessoas a bordo - Foto: Allison Sales/picture alliance via Getty Images

São Paulo — A VoePass, empresa responsável pelo avião que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, na sexta-feira (9/8), matando 62 pessoas, acumula pelo menos 150 processos na Justiça desde 2021 e quase 900 reclamações nos últimos 12 meses.

No Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), tramitam pelo menos 150 processos contra a companhia aérea desde 2021, sendo a maioria referente a pedidos de indenização por danos morais.

No site Reclame Aqui, ferramenta utilizada pelos consumidores para expor opiniões sobre a experiência com determinada empresa ou serviço, foram registradas quase 500 chamadas nos últimos seis meses e quase 900 nos últimos 12 meses. 

A empresa é classificada como “não recomendada” no site, e respondeu apenas 9,2% das reclamações feitas na plataforma nos últimos seis meses e 32,4% nos últimos 12.

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Cerca de um minuto se passou entre a constatação da perda de altitude e o choque do avião contra o solo
Destroços de avião
Avião voava de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP)
Moradores do condomínio onde avião caiu registraram momento da queda
Tragédia em Vinhedo: 62 pessoas que estavam a bordo de avião morreram
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Modelo do avião era um ATR-72

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Cerca de um minuto se passou entre a constatação da perda de altitude e o choque do avião contra o solo

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Destroços de avião

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Avião voava de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP)

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Moradores do condomínio onde avião caiu registraram momento da queda

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Tragédia em Vinhedo: 62 pessoas que estavam a bordo de avião morreram

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Imagens do avião que caiu em Vinhedo (SP)

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Avião caiu dentro de terreno vazio de um condomínio em Vinhedo

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Ninguém sobreviveu

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Avião com 62 pessoas caiu em SP

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Avião caiu dentro de condomínio

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A partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo

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Moradores do condomínio onde avião caiu registraram momento da queda

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Os últimos registros do voo mostram que, instantes antes da queda, o avião estava a 5.190 metros de altura

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A queda foi de aproximadamente 4 mil metros

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Trajeto de avião que caiu em Vinhedo, SP

Flightradar
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O relatório preliminar sobre o caso deve ficar pronto em 30 dias

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Avião voava de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP)

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Cerca de um minuto se passou entre a constatação da perda de altitude e o choque do avião contra o solo

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Avião com 62 pessoas caiu em SP

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Avião caiu dentro de condomínio

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Não houve sobreviventes

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A queda foi de aproximadamente 4 mil metros

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A queda durou 1 minuto

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Avião perdeu altitude de forma repentina, segundo investigadores

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Copiloto perguntou o que estava acontecendo antes da queda

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Avião ficou totalmente destruído

Reprodução/TV Globo

Em relação à natureza dos problemas, 24,14% são por cancelamento de voo, 23,71% sobre qualidade do serviço prestado, 22,52% por reembolso, 16,59% por estorno do valor pago e 13,04% sobre atraso na decolagem.

Companhias aéreas concorrentes da VoePass têm melhor performance no ReclameAqui, considerando a Azul, Gol e Latam Airlines

A Azul, por exemplo, é a melhor avaliada das quatro companhias, classificada com a reputação “ótima” e nota 8,10/10. A empresa respondeu 99,8% das reclamações nos últimos seis meses.

Tanto a Gol quanto a Latam Airlines são avaliadas com reputação “boa” e notas similares, 7,9 e 7,7 respectivamente. A Gol tem 96,5% de reclamações respondidas e a Latam, 99,9%, ambas se considerados os últimos seis meses.

O avião da VoePass, antiga Passaredo, caiu dentro do condomínio Recanto Florido, em Vinhedo. A aeronave saiu de Cascavel, no Paraná, às 11h46, e tinha como destino o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Todos os 58 passageiros e 4 tripulantes morreram.

Procurada pelo Metrópoles, a VoePass afirmou em nota que “trabalha arduamente para atender às expectativas de seus clientes”.

“A empresa é solidária a eventuais queixas, que são consideradas para aprimorar a prestação de nossos serviços, e concentra o atendimento a elas em seus canais oficiais”, informa o comunicado.

Reclamações de calor

A jornalista e escritora Daniela Arbex revelou que voou no mesmo avião da companhia aérea VoePass um dia antes do acidente. Em um longo desabafo no Instagram, na sexta-feira (9/8), Daniela postou um vídeo onde pessoas passavam mal de calor dentro da aeronave, que estava com o ar condicionado desligado.

“Gente, por incrível que pareça, ontem eu voei pela terceira vez em um avião da Voepass. Filmei as pessoas passando mal durante o voo por causa do calor que fazia dentro da aeronave sem ar condicionado. Foi terrível. Um passageiro chegou a tirar a camisa. Outro, que estava uma poltrona a minha frente, sentia muita dor de cabeça. As pessoas se abanavam procurando ar”, iniciou.

“Eu estava no voo que saiu de Ribeirão Preto em direção a Guarulhos. Fiquei muito indignada, porque pela terceira vez a aeronave da companhia apresentava problemas tanto no trecho de SP quanto no da conexão pra Minas. Eu e outros passageiros questionamos a aeromoça. A resposta foi de que o ‘ar não funcionava em solo, só no ar’, o que não aconteceu. Da vez anterior, a desculpa é que o ar precisava de manutenção”, completou.

Daniela ainda contou que pediu ao contratante que comprasse passagem em outra companhia aérea para um evento no Paraná, evitando a Voepass: “Lamento profundamente pelas vidas perdidas hoje e percebo que corremos um risco real.”

“Estou profundamente impactada com essa tragédia”, finalizou a jornalista.

Acordo para quitar dívidas

VoePass firmou no mês passado um acordo com a Vibra, antiga BR Distribuidora, para pagar R$ 31,6 milhões em dívidas de combustível. Durante o processo, a empresa chegou a oferecer dois aviões, o que foi negado pela BR Distribuidora.

O acordo foi homologado pelo TJSP em 4 de julho deste ano. A ação foi movida em 2021 pela BR Distribuidora contra a Passaredo. As duas empresas mudaram de nome depois disso. Na época, a BR Distribuidora cobrava R$ 27 milhões por dívidas de combustível aéreo fornecido à Passaredo.

A BR Distribuidora afirmou que tentou “todos os meios de resolução amigável” antes de recorrer ao TJSP, e que a Passaredo descumpriu um contrato para quitar as dívidas. Em 2021, a VoePass ofereceu a penhora de dois aviões para tentar quitar a dívida. A BR rejeitou. Afirmou que os aviões só somariam R$ 6 milhões, cerca de um quinto da dívida total, e já tinham 14 anos de operação.

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