metropoles.com

Trabalho escravo em SP: idosa trabalhava “sonhando em ter uma casinha”

Idosa de 82 anos foi resgatada após 27 anos de trabalho análogo à escravidão para médica e empresário em Ribeirão Preto, no interior de SP

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/ MPT
A vítima relatou que começou a trabalhar como empregada doméstica quando ainda era criança, na casa de outra família
1 de 1 A vítima relatou que começou a trabalhar como empregada doméstica quando ainda era criança, na casa de outra família - Foto: Divulgação/ MPT

São Paulo – A idosa de 82 anos que foi resgatada de trabalho análogo à escravidão, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, acreditava que os patrões, uma médica e um empresário, estavam guardando dinheiro para ela comprar uma “casinha”.

A mulher foi mantida trabalhando sem salário e sem folgas por 27 anos na residência do casal “sonhando em ter uma casinha”. A idosa, negra e analfabeta, começou a prestar serviços como empregada doméstica quando ainda era criança e disse que “não conhecia dinheiro”.

“Ela tinha o sonho grande de ter uma casa em recompensa por todos esses anos de trabalho, e ela expressava isso. Ela tinha essa crença muito forte de que receberia essa casa da empregadora”, afirma a auditora fiscal do trabalho, Jamile Freitas Virginio.

3 imagens
A mulher foi mantida trabalhando sem salário e sem folgas por 27 anos na casa de uma médica e um empresário
A vítima relatou que começou a trabalhar como empregada doméstica quando ainda era criança, na casa de outra família
1 de 3

A idosa de 82 anos que foi resgatada de trabalho análogo à escravidão, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo

Divulgação/ MPT
2 de 3

A mulher foi mantida trabalhando sem salário e sem folgas por 27 anos na casa de uma médica e um empresário

Divulgação/ MPT
3 de 3

A vítima relatou que começou a trabalhar como empregada doméstica quando ainda era criança, na casa de outra família

Divulgação/ MPT

Infância

A vítima relatou que começou a trabalhar como empregada doméstica quando ainda era criança, na casa de outra família. Com o falecimento da empregadora, a mulher foi “cedida” para a médica e para o empresário.

Devido a sua idade, a vítima tinha o Benefício Previdenciário Continuado (BCP). Porém, a idosa não tinha sequer acesso ao seu cartão de saque, que ficava sob a responsabilidade da patroa.

Reparação

Uma decisão judicial obtida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) determinou, na sexta-feira (2/12), o bloqueio de bens da médica e do empresário. A investigação do MPT começou após uma denúncia anônima.

O valor de R$ 815 mil será transferido para a idosa, com objetivo “reparar uma vida inteira de submissão e abusos praticados” pelos réus, diz o MPT. A transferência de um carro pertencente ao casal também já foi alvo do bloqueio.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?