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Torre do PCC e defesa de Deolane: quem era traficante morto pela Rota

Morto em confronto com a Rota, Márcio Silva de Oliveira, o Fatiole, já foi condenado por integrar o PCC e contratou Deolane para defendê-lo

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1 de 1 Imagem colorida mostra viatura da Rota, da Polícia Militar (PM), de São Paulo - Metrópoles - Foto: Divulgação/ Francisco Cepeda / Governo do Estado de SP

São Paulo – Márcio Silva de Oliveira, o Fatiole, de 40 anos, que morreu em uma troca de tiros com policiais militares da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) nessa quarta-feira (22/5), já foi condenado por atuar como “torre”, cargo de alto escalão no Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável por coordenar o tráfico de drogas no centro da capital paulista.

Fatiole foi o principal alvo de uma operação do Departamento Estadual de Investigação sobre Entorpecentes (Denarc), da Polícia Civil paulista, realizada em 2016 para desarticular células do PCC na Cracolândia, conhecida pela concentração de traficantes e usuários de drogas.

Segundo o processo, além de atuar na Cracolândia, o traficante tinha ajuda de “funcionários do crime” para abastecer as ruas Treze de Maio, na Bela Vista, e Bento de Freitas, na Consolação, ambas no centro. Também seria responsável por coletar a chamada “cebola” – a mensalidade cobrada pelo PCC dos seus faccionados.

Para o processo, o “torre” do PCC nomeou a criminalista Deolane Bezerra, que o defendeu ao longo da ação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Ex-participante do reality A Fazenda e viúva de MC Kevin (morto em 2021), a advogada atualmente também atua como influencer e tem mais de 20 milhões de seguidores no Instagram.

Sentença

Em 2018, o criminoso foi condenado a 8 anos e 6 meses de prisão, em regime inicial fechado, por associação para o tráfico de drogas.

“Fatiole possui estrutura própria para a mercancia de entorpecentes, coordenando o esquema de abastecimento de drogas”, registra o juiz Fernando Cesar Carrari, do TJSP, na sentença. “Dentre suas atribuições está a fiscalização e cadastramento das pessoas que traficam”.

A defesa apelou da decisão e conseguiu reduzir a pena estabelecida. “Importante ressaltar que, nada de ilícito foi encontrado com o réu, o qual desconhece o ‘apelido ou vulgo’ a este imputado”, escreveu Deolane, no recurso. “Resta claro, pois, a fragilidade das provas quanto ao réu”.

Ao julgar o recurso da advogada, os desembargadores entenderam que a punição aplicada seria muito severa e diminuíram a sentença para 6 anos de cadeia.

Morto pela Rota

Fatiole e um comparsa foram mortos a tiros em um confronto com a Rota, na Avenida do Estado, no centro de São Paulo. Segundo os PMs, eles teriam atirado contra os policiais antes de serem baleados.

Embora tenham sido socorridos, ambos não resistiram. A morte do traficante foi constatada no Pronto Socorro do Tatuapé, na zona leste. O outro suspeito teve a morte confirmada tempo depois no PS Ipiranga, na zona sul.

A Polícia Militar diz que a equipe da Rota recebeu a informação de que um indivíduo de nome “Marcio” transitava na região, com armas no carro, após sair de uma reunião do PCC. Segundo o relato, os policiais se depararam com um veículo com as mesmas características e tentaram fazer a abordagem. O motorista, no entanto, tentou fugir.

Em dado momento, próximo ao número 8700 da Avenida do Estado, os suspeitos teriam descido do carro e começado a atirar contra a equipe da Rota.

A PM afirma ter encontrado no porta-malas um fuzil Colt de calibre 5.56, carregadores e munições. Os suspeitos baleados estavam com uma pistola 9 mm e com um revólver calibre .38.

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