Justiça determina prisão preventiva de donos de clínica em SP
Donos de clínica de reabilitação foram denunciados pelo MPSP acusados de participar da morte de um dependente químico no dia 8 de julho
atualizado
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São Paulo — A Justiça aceitou nesta segunda-feira (26/8) a denúncia e o pedido de prisão preventiva contra Cleber Fabiano da Silva e Terezinha de Cássia de Souza Lopes da Conceição, donos de uma clínica de terapia para usuários de drogas em Cotia, na região metropolitana de São Paulo. Eles são acusados de participação na morte do dependente químico Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos.
A decisão acata um pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP). A juíza Máriam Joaquim, da Vara Criminal de Cotia, aponta que, além dos maus-tratos denunciados pelo MPSP, o fato de os acusados terem respondido a um processo anterior, também referente ao mesmo crime contra pacientes, ajuda a justificar a prisão preventiva.
Questionada pelo Metrópoles, a Secretaria da Segurança Pública não confirmou o cumprimento dos mandados de prisão. A pasta ainda disse que as diligências seguem em sigilo para “garantir a autonomia ao trabalho policial” do 1° Distrito Policial de Cotia.
“Cobri no pau”
Jarmo foi morto no último 8 de julho após ser torturado e espancado na clínica Comunidade Terapêutica Efatá, pertencente a Cleber e Terezinha, na qual deu entrada três dias antes.
O delegado responsável pelo caso, Adair Marques, afirmou ao Metrópoles que, ao dar entrada, familiares acionaram a instituição alegando que Jarmo “estava surtado”. A agressividade ocorria por causa da dependência química.
Essa foi a última vez que a família o veria com vida.
A tortura e agressões ocorreram no intervalo de sexta para segunda, como mostram as investigações da Polícia Civil.
De acordo com as investigações, a vítima morreu após passar mal por conta de um espancamento.
O monitor terapêutico Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, foi preso em flagrante após a polícia ter acesso a um vídeo feito pelo próprio indiciado, no qual a vítima aparece amarrada em uma cadeira. Matheus também gravou um áudio, compartilhado em redes sociais, no qual afirma ter espancado Jarmo até a mão doer.
“O áudio foi um dos indicativos [para a prisão], mostrando que ele [Matheus] realmente torturou o rapaz, bateu muito nele. Que a intenção era lesionar mesmo, enfim”, afirmou Adair Marques, delegado da Polícia Civil de Cotia.
Após ser preso, Matheus confessou ter usado de força contra Jarmo, alegando que fez isso para “conter” o interno. Segundo o indiciado, o homem estaria exaltado e violento com outros pacientes.