TJSP decreta prisão de presidente da Mancha Alvi Verde por emboscada
Briga entre torcedores resultou na morte de um torcedor do Cruzeiro, no fim de semana, em rodovia de Mairiporã, Grande São Paulo
atualizado
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São Paulo – A Justiça decretou a prisão do presidente e do vice-presidente da Mancha Alvi Verde por envolvimento na emboscada que resultou na morte de um torcedor do Cruzeiro e em outros 11 feridos, no último fim de semana, na Rodovia Fernão Dias, região de Mairiporã, Grande São Paulo. Além deles, outros quatro envolvidos na violência também deverão ficar atrás das grades, temporariamente, por 30 dias.
Os alvos dos mandados de prisão, expedidos pelo juiz Cristiano César Ceolin, da comarca de Mairiorã, são: Jorge Luiz Sampaio Santos (presidente da organizada), Felipe Matos dos Santos (vice-presidente), Leandro Gomes dos Santos, Henrique Moreira Lelis, Aurélio Andrade de Lima e Nélio Ferreira e Silva.
Somente a defesa da presidência foi encontrada e questionada pelo Metrópoles, mas não havia se posicionado sobre os pedidos de prisão até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações. Até a publicação desta reportagem, não havia confirmação oficial sobre o cumprimento dos mandados.
Além das prisões, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) expediu oito mandados de busca e apreensão, autorizando, inclusive, para que a polícia arrombe os imóveis, caso ocorra algum tipo de resistência à entrada dos agentes nos locais — entre eles, a sede da Mancha Alvi Verde. A Justiça também autorizou a quebra de dados telemáticos de aparelhos — celulares e tablets, por exemplo — apreendidos nos locais das buscas.
A emboscada
Por volta das 5h da manhã de domingo, no km 65 da Rodovia Fernão Dias, no centro de Mairiporã, membros da Mancha Alvi Verde, torcida organizada do Palmeiras, fizeram uma emboscada contra torcedores do Cruzeiro. Durante o ataque, um homem foi morto carbonizado e 17 ficaram feridos.
Em um dos vídeos do ataque, é possível ouvir um homem falando “É a Mancha, car****. Aqui é a Mancha, por**”, fazendo referência à organizada.
Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram acionados para a ocorrência e, no local, encontraram um ônibus incendiado e outro depredado. Foram apreendidos rojões, fogos de artifício, barras de ferro e madeiras, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Com a aproximação das equipes da PRF e da Polícia Militar de São Paulo, os agressores envolvidos fugiram pelas vias locais.
Como mostrado pelo Metrópoles, a organizada palmeirense teria monitorado e interceptado os cruzeirenses, que viajavam em dois ônibus na Rodovia Fernão Dias. Os torcedores mineiros voltavam de Curitiba (PR), onde o Cruzeiro havia jogado, no sábado (26/10), com o Athletico Paranaense — e perdido por 3 a 0.
Vídeo
Morte e feridos
Três das vítimas foram deslocadas para um hospital de Franco da Rocha e outras 14 foram levadas para o Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. Para lá também foi levado José Victor Miranda, de 30 anos, que morreu durante o atendimento médico, após ser carbonizado pelos palmeirenses. A vítima baleada na barriga não corre risco de morrer, de acordo com a PRF.
Ao todo, 120 torcedores se envolveram na briga.
Logo após a barbárie, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) também vai investigar a torcida organizada do Palmeiras, como facção criminosa.
“Tal episódio é inaceitável e representa uma grave afronta à segurança pública e à convivência pacífica em nossa sociedade. Por isso, esta Procuradoria-Geral de Justiça determinou que, para além do promotor Fernando Pinho Chiozzotto, de Mairiporã, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado [Gaeco] entre no caso”, disse o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.
“Há firmes evidências de que algumas torcidas organizadas atuam como verdadeiras facções criminosas, o que justifica a intervenção do Gaeco”, acrescentou o chefe do MPSP.