Thiago Brennand nega estupro e filho defende o pai em nova audiência
Em julgamento, Thiago Brennand foi interrogado por quase 2h e negou estupro; filho e empregada do empresário foram testemunhas de defesa
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Interrogado pela primeira vez na Justiça, o empresário Thiago Brennand, de 43 anos, negou nesta quarta-feira (21/6) ter estuprado uma mulher norte-americana que vive no Brasil. O depoimento do réu durou quase duas horas.
Fruto de uma relação de Brennand com uma ex-namorada, o filho adolescente do empresário também prestou depoimento em favor do pai. Ele e uma empregada doméstica de Brennand participaram do julgamento, nesta tarde, como testemunhas de defesa.
Brennand e a mãe do adolescente ficaram juntos por cerca de quatro anos e se separaram quando o menino tinha dois anos. Após disputa judicial, a guarda da criança ficou com o empresário.
O filho já havia visitado Brennand na carceragem da Polícia Federal (PF), na capital paulista, logo após sua extradição dos Emirados Árabes, no fim de abril. Ele também é pivô de outra denúncia contra o pai, por supostamente ter sido vítima de violência.
Pedido de suspensão
O julgamento foi presidido pelo juiz Fernando Henrique Masseroni Mayer, da 2ª Vara de Porto Feliz, no interior de São Paulo, durou cerca de 4 horas e terminou sem sentença. As partes pediram diligências, sem prazo de conclusão, antes de entrar na fase de debates.
O Metrópoles apurou que a sessão, realizada por meio virtual, também foi marcada por instabilidades na conexão da internet. Esse foi o motivo para o Ministério Público de São Paulo (MPSP) ter pedido a suspensão da audiência, o que não ocorreu.
Em nota assinada pelo advogado Gustavo Rocha, a defesa de Brennand diz que a acusação pediu “a suspensão da audiência” e a “defesa exigiu que fosse feita até o fim, em uma demonstração de sua tranquilidade em relação ao caso”.
Para o advogado, o resultado da audiência foi “extremamente positivo”, porque “mais uma vez conseguiu apresentar provas técnicas robustas, que contradizem frontalmente os argumentos da acusação”. “Foi dado mais um passo importante para a absolvição de Brennand”, diz a nota.
Acusação
A vítima acusa Brennand de obrigá-la a ter relações sexuais e ainda ameaçá-la de expor fotos íntimas. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), o estupro teria acontecido em Porto Feliz, onde o empresário tem uma casa, em junho de 2021.
Sem outras testemunhas incluídas no processo, a denúncia contra Brennand tem como base o relato da vítima. Na primeira audiência, realizada no dia 30 de maio, a mulher prestou depoimento por 2h30 e confirmou a acusação.
Segundo ela afirmou em trecho de julgamento obtido pelo Metrópoles, Brennand também já teria confessado até participação em assassinatos (vídeo acima).
“Ele tem arma (…) Então ele matava bandido, matava caras que estupraram criança, coisas assim. Até uma vez, numa mensagem, eu falei: ‘Não quero lidar com você porque você também é criminoso’. E ele falou: ‘É, mas eu só mato gente ruim’”, declarou.
A vítima conheceu Brennand quando tentava comprar um cavalo, e os dois tiveram uma relação por alguns meses, segundo a promotoria. No início, a convivência teria sido normal. Depois, o empresário passou a agir violentamente.
Defesa
Buscando inocentá-lo, os advogados de Brennand apostam na tese de que não houve estupro e todos os atos sexuais teriam sido consensuais.
Para isso, a defesa chamou testemunhas que pudessem “atestar o caráter” do empresário e relatar ter visto os dois se relacionando amorosamente em datas posteriores ao suposto crime.
Três testemunhas de defesa prestaram depoimento na primeira audiência. Entre elas, um funcionário de Brennand e um ex-professor de jiu-jítsu do seu filho narraram episódios em que o empresário e a vítima se tratavam como namorados.
Já uma amiga da família, que também falou na Justiça, descreveu Brennand como alguém de “personalidade forte”, mas que seria “supercarinhoso com tudo”.
Brennand é réu, ainda, em outros oito processos por crimes de estupro, ameaça, lesão corporal, corrupção de menores, sequestro, cárcere privado, calúnia, injúria e difamação. Ele também é indiciado em outros dois inquéritos por crimes sexuais.